Alberto Oliveira

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) tem um histórico de competência e, acima de tudo, de seriedade. Mas se ficar confirmado que vazou informações para o Jornal Nacional sobre os áudios contidos na caixa preta do avião da VoePass acidentado em Vinhedos, terá entrado sem paraquedas na esculhambação geral do País.

É motivo para demissão em regra, de alto a baixo e com desonra.

O Jornal Nacional anunciou ter tido acesso com exclusividade a transcrições do gravador de voz da cabine do avião ATR-72 que caiu em Vinhedo, com conversas do copiloto sobre "dar potência" à aeronave minutos antes da queda, além de gritos na aeronave.

O Cenipa, vinculado à Força Aérea, desmentiu a informação.

Em nota, o Cenipa garante que nenhum veículo de imprensa teve acesso a áudios, transcrições ou dados dos gravadores de voo - conhecidos como caixas-pretas (Cockpit Voice Recorder e Flight Data Recorder).

"A FAB reitera seu compromisso com a transparência e a seriedade na condução das investigações, bem como com o respeito à dor dos familiares das vítimas do acidente", diz a nota.

Em sendo verdade o que sustenta a FAB, o Jornal Nacional acrescenta uma nova camada de vergonha às tantas que vem impingindo ao jornalismo brasileiro.

Ou o Cenipa ou o Jornal Nacional, um dos dois está mentindo e nenhum dos mentirosos pode ser perdoado pela sociedade brasileira.

Colunas anteriores
Ver mais notícias desta seção: mais recentes · mais antigas