Brasil

Lula convida Trump para o Brasil

Seria para a COP30, em Belém (PA)

Leia Mais Rápido
Lula convidou Donald Trump para a COP30, em novembro, em Belém (PA), que discutirá mudanças climáticas, financiamento sustentável e justiça social. O evento prevê ampliar recursos para US$ 1,3 trilhão anuais, criar fundo de US$ 125 bilhões para florestas e fortalecer participação indígena, governos locais e sociedade civil.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (13) que mandou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump ontem, convidando-o para vir ao Brasil durante a realização da COP30, em Belém (PA), marcada para novembro. 

A conferência reunirá líderes mundiais, representantes de governos, sociedade civil, investidores e povos indígenas para discutir os desafios da mudança climática com foco em financiamento sustentável e justiça social.

O encontro visa transformar promessas em ações concretas, destacando o papel estratégico das florestas tropicais e da transição energética justa. Segundo Lula, o evento no Brasil será “a COP da verdade”. 

“A COP 30 vai ser a COP do que nós queremos cobrar dos governantes do mundo, se eles acreditam ou não no que os cientistas falam de que o mundo tá passando por gravíssimos problemas. Eles vão ter que dizer se acreditam ou não que nós precisamos tomar muitas providências para evitar que o planeta tenha o aquecimento acima de 1,5ºC. Eles vão ter que dizer se acreditam ou não nos problemas que nós estamos tendo no clima no mundo inteiro. Porque a partir daí nós vamos tomar decisões”, disse o presidente. 

O presidente destacou que os países ricos têm uma dívida de mais de US$ 1,3 trilhão por ano por causa das mudanças climáticas.

“Todo mundo que defende a floresta em pé e que não conhece a Amazônia tem que saber que embaixo de cada copa daquela árvore, mora um extrativista, mora um indígena, um pescador, um pequeno trabalhador rural que precisam sobreviver”.

Problemas em Belém

A infraestrutura de Belém foi reforçada com obras no sistema de drenagem, praças e espaço urbano sustentável.Contudo, o polêmico projeto da Avenida Liberdade, uma rodovia que corta áreas protegidas da floresta para atender à demanda de mobilidade da COP30, gerou intensos debates entre ambientalistas e autoridades, que negam vinculação federal ao projeto.

A cidade enfrenta atualmente escassez de infraestrutura, inclusive de hospedagem, levando o governo brasileiro a disponibilizar cruzeiros, novos hotéis e instalações militares como alternativas.

A conferência tem como eixos a implementação, inclusão e inovação. 

Dentre os principais pontos:

-- Financiamento climático ambicioso: ampliar recursos de US$?300?bilhões anuais (meta COP29) para US$?1,3?trilhão por ano até 2035 — o chamado “Roteiro Baku–Belém”

-- Tropical Forest Forever Facility (TFFF): fundo de investimento de US$?125?bilhões, com pagamento por conservação florestal, cerca de US$?4 por hectare ao ano, sendo pelo menos 20?% destinados a comunidades indígenas e locais.

-- Agenda COP30 (Action Agenda): programa voltado à mobilização de organizações da sociedade civil, empresas, governos locais e investidores, organizado em seis áreas estratégicas:

1. Energia, indústria e transporte
2. Florestas, oceanos e biodiversidade
3. Agricultura e sistemas alimentares
4. Resiliência para cidades, infraestrutura e água
5. Desenvolvimento humano e social
6. Facilitadores transversais -- finanças, tecnologia e capacitação

-- Justiça climática e governança inclusiva: criação do Global Ethical Stocktake, diálogos regionais com a sociedade civil e comissões indígenas de alto nível — para garantir equidade nas decisões.

-- Engajamento subnacional: Fórum de Líderes Locais e parcerias multissetoriais (CHAMP) para fortalecer a participação de governos regionais e locais.

-- Conexão com outros espaços globais: integração com agendas como G20, FMI, Banco Mundial, ampliando a ação climática além da COP.