Segurança

Influenciador Hytalo Santos é
preso acusado de explorar menores

Ele foi preso enquanto dormia

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O influenciador Hytalo Santos e seu marido foram presos em SP, acusados de tráfico humano e exploração sexual infantil. Investigações iniciadas em 2024 revelaram vídeos sexualizados com menores. A operação envolveu diversos órgãos e levou ao bloqueio das contas do influenciador. O caso gerou repercussão e pedidos por novas legislações.

O influenciador digital paraibano Hytalo Santos e seu marido, Israel Nata Vicente, foram presos preventivamente em Carapicuíba (Grande São Paulo), nesta sexta-feira (15 de agosto), acusados de tráfico humano e exploração sexual infantil, após investigação que se intensificou desde o final de 2024.

Os mandados foram cumpridos com apoio do Ministério Público da Paraíba, Polícia Civil da Paraíba e de São Paulo, Ministério da Justiça e da Polícia Rodoviária Federal.

Hytalo Santos e Israel foram detidos enquanto dormiam em uma casa alugada em Carapicuíba. Na ação, foram apreendidos oito celulares e um veículo. A investigação aponta que a escolha da nova residência, ocupada por oito pessoas, seria tentativa de obstruir as apurações.

O juiz alega haver indícios de participação nos crimes de tráfico de pessoas e exploração de trabalho infantil, além do risco potencial de obstrução das investigações, justificando a prisão preventiva.

As investigações foram impulsionadas por denúncias de “adultização” de menores nas redes sociais, incluindo vídeos com conteúdo sexualizado, onde adolescentes faziam danças sugestivas e respondiam a perguntas inapropriadas em vídeos no estilo de “reality show”, publicados por Hytalo Serviços.

A denúncia ganhou repercussão após vídeo do youtuber Felca, de 6 de agosto de 2025, que alcançou mais de 20 milhões de visualizações em poucos dias. Felca expôs a prática de exposição inadequada de menores, o que levou ao bloqueio das contas de Hytalo e à proibição de contato com os adolescentes envolvidos.

As investigações, iniciadas ainda em 2024, já estavam sendo conduzidas pelo Ministério Público da Paraíba com base em denúncias recebidas.

A operação, denominada Justiça em Ação, contou com a colaboração do Ciberlab, unidade do Ministério da Justiça, que elaborou relatórios de inteligência cibernética, rastreamento de fluxos financeiros e análise de perfis digitais ilícitos, em cooperação com o MP-PB, Polícia Civil da Paraíba (Uintepol e DECC), Polícia Civil de São Paulo (DEIC), Polícia Rodoviária Federal e Ministério Público do Trabalho.

Reação e consequências legais

A defesa de Hytalo qualificou a prisão como medida extrema e afirmou não ter ainda acesso integral ao conteúdo da decisão judicial, mas prometeu adotar "todas as medidas judiciais cabíveis".

Ativistas e autoridades vêm alertando que o caso é apenas a ponta do iceberg, apontando para uma rede mais ampla de exploração infantil na internet. O deputado Reimont (PT-RJ) declarou que, diante da gravidade, o Congresso deve avançar em legislação robusta para coibir a violação de direitos de crianças e adolescentes online.

A repercussão nas redes e a mobilização de figuras públicas intensificaram o debate público sobre a responsabilização das plataformas digitais e a necessidade de regulamentação mais rigorosa — como sugerido pelo próprio Felca, que criticou a lentidão das ações estatais.