Carnaval / Cidade

Furdunço leva mais de 50 atrações ao pré-carnaval de Ondina à Barra

Minitrios e pranchões ocuparam o circuito

Foto: Jefferson Peixoto
A proposta do Furdunço é levar para a rua os artistas em equipamentos menores

Depois do Fuzuê, no sábado (11 de fevereiro), o Furdunço chegou neste domingo (12) para agitar o circuito oficial do pré-Carnaval de Salvador com a participação de 53 atrações gratuitas.

A folia ocorreu no Circuito Orlando Tapajós (Ondina/Barra) a partir das 14h.  O desfile foi iniciado por Marcos Clement e o bicicletrio Toca Raul, seguido do Rixô Elétrico de Fred Menendez.

A proposta do Furdunço é justamente essa: levar para a rua os artistas em equipamentos menores, como minitrios e pranchões, para agitar o público bem de perto. 

O cantor Magary Lord se apresentou em dose dupla: com o projeto Dark Percussivo e com o movimento musical Mudei de Nome, junto com Ricardo Chaves, Ramon Cruz e Jonga Cunha.

O cantor Magary Lord no Furdunço
Foto: Jefferson Peixoto

Dentre as 54 atrações que se apresentam hoje, incluindo BaianaSystem, Negra Cor e Danniel Vieira, também está o cantor Lincoln, que aproveitou o Furdunço para gravar um CD ao vivo. Ele se apresenta pela 4ª vez no pré-Carnaval e diz ter um carinho especial pelo evento. “É um projeto que nos aproxima do público, que já tem aquele calor inconfundível do Carnaval. Não via a hora de agitar as ruas com o nosso pranchão, ou melhor, a nossa Locomotiva”.

O Furdunço foi lançado pela Prefeitura de Salvador em 2014 e em 2016 surgiu o "irmão" Fuzuê, dando espaço a atrações tradicionalmente de chão, como charangas e blocos de mascarados. No sábado (11), o Fuzuê reuniu 42 apresentações. O pré-Carnaval de Salvador tem ainda o Pipoco, na terça-feira (14), com Léo Santana puxando um bloco pipoca.

Centenário de Osmar Macêdo 

É impossível acompanhar o Carnaval de Salvador hoje sem o trio elétrico, elemento que ajudou a popularizar a festa e expandir a folia pelos quatro cantos do mundo. E foi em uma Fobica (um Ford 1929), em 1950, que surgiu pela primeira vez nas ruas da capital baiana a invenção de uma dupla que fez história na folia, Adolfo Nascimento, mais conhecido como Dodô, e Osmar Macêdo – este último completaria, em 2023, 100 anos de idade. E esse centenário está sendo celebrado pelos filhos Armandinho, Betinho, Aroldo e André, que formam a banda Armandinho, Dodô e Osmar, com pontapé dado nas ruas neste domingo (12), no Furdunço. 

Para Armandinho, o Carnaval este ano é mais do que especial e, além do pai, outras figuras também são homenageadas. “Estamos celebrando o centenário do nosso velho Osmar, ele que nos preparou para essa história. Desde menino, ou seja, há mais de 50 anos venho participando do Carnaval, então pra gente é maravilhoso, principalmente depois de dois anos sem a festa. Também é a primeira vez que estamos sem o nosso irmão Moraes Moreira, Gal Costa, então é um Carnaval de homenagens”, declarou.  

A banda foi uma das 54 atrações do Fundunço, no Circuito Orlando Tapajós (Ondina/Barra) e, pra variar, ninguém ficou parado ao ouvir sucessos como “Zanzibar”, “Vida Boa”, “Frevo Doido” e o clássico “Chame Gente”. Até mesmo o prefeito de Salvador, Bruno Reis, não resistiu e subiu no trio para reverenciar os artistas-herdeiros da folia.  

Para os foliões, Armandinho aproveitou para mandar um recado. “A mensagem é sempre brincar com alegria. A gente vai para a rua para extravasar felicidade, os nossos dias de trabalho, de luta na vida, então é um momento de alegria”, finalizou. 

Foliões matam as saudades

Em meio à folia, foliões revelaram a saudade das atrações e do clima de alegria que marcam o pré-Carnaval em Salvador. 

Morador do bairro de São Rafael, o publicitário Paulo César Reis, de 32 anos, era só felicidade ao reencontrar a folia na rua, devidamente fantasiado de padre. “Tá maravilhoso, três anos esperando essa festa e estou aproveitando ao máximo para matar essa saudade, que estava ‘barril’. Gosto de todas as atrações, mas especialmente hoje quero ver a BaianaSystem”, declarou.

O professor de Educação Física Marcley Oliveira, de 50 anos, contou que não perde uma edição do Furdunço e expectativa era grande com o retorno. “Está incrível, bem tranquilo, é um resgate que a gente precisava há muito tempo, porque dois anos sem Carnaval... chega dá uma dor só de lembrar. Hoje está maravilhoso, de verdade. Quero ver tudo!”, afirmou.

Rafaela Pinto, 27 anos, curte a folia desde criança
Foto: Jefferson Peixoto

Já a relações públicas Rafaela Pinto, 27 anos, disse que curte a folia desde criança acredita que a folia em Salvador será ainda maior este ano. “O Carnaval não é só uma festa para o folião curtir, mas também movimenta muita coisa na cidade. É hora de matar a saudade”, pontuou.

Os desfiles reuniram atrações como A Mulherada, Wilson Café, Gerônimo, Tonho Matéria, Armandinho e Tuca Fernandes, dentre outros. Ao todo, 54 artistas se apresentaram gratuitamente para o público.

Navio Pirata

O Navio Pirata do BaianaSystem navegou em um mar de foliões, que tomaram conta do circuito Orlando Tapajós (Ondina/Barra) durante o Furdunço. O grupo foi o último a se apresentar na festa.

O BaianaSystem contou com participações de Claudia Manzo, Luedji Luna, BNegão e Vandal. Para acompanhar a apresentação, os foliões seguiram na frente e atrás do Navio Pirata, como é chamado o trio elétrico do grupo. 

O BaianaSystem atraiu uma multidão para o circuito
Foto: Igor Santos

Juntos, Fuzuê e Furdunço levaram para as ruas mais de 90 atrações gratuitas neste final de semana. O Carnaval será aberto oficialmente na quinta-feira (16) com a entrega da chave da cidade ao Rei Momo e, logo em seguida, a cantora Ivete Sangalo se apresenta, iniciando a folia.