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Israel ataca aeroporto no Iêmen

Exército confirma a ação

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Aviões israelenses atacaram o aeroporto de Sanaa, no Iêmen, destruindo sua infraestrutura e aeronaves, após disparos de mísseis houthis contra Israel. O Exército de Israel justificou a ação como resposta ao uso de infraestrutura civil por grupos terroristas. Houthis prometem novos ataques, incluindo alvos em Haifa.

Aviões da Força Aérea de Israel atacam o aeroporto de Sanaa, no Iêmen. Segundo a imprensa israelense, Israel destruiu a pista do aeroporto, o terminal, a torre de controle, uma fábrica de componentes de concreto, entre outros alvos. Segundo a Sky News em árabe, todos os aviões que estavam no aeroporto foram destruídos.

O Exército de Israel confirmou o ataque:

“O regime terrorista houthi vem operando há um ano e meio com orientação e financiamento iraniano para atingir Israel e seus aliados, minar a ordem regional e interromper a liberdade global de navegação.

“A Força Aérea atacou e destruiu recentemente a infraestrutura da organização terrorista houthi no aeroporto central na área de Sanaa, levando ao seu fechamento completo, após os disparos da organização terrorista ao Aeroporto Ben Gurion.

O aeroporto, semelhante ao porto de Hodeidah, que foi atacado ontem à noite, é usado pela organização terrorista houthi para transferência de armas e agentes, e é continuamente operado pelo regime houthi para fins terroristas. Este é outro exemplo do uso de infraestrutura civil pela organização terrorista houthi para operações terroristas”, diz o comunicado divulgado pelo exército israelense.

Mais cedo, o porta-voz em idioma árabe do Exército de Israel, Avichai Adraee, divulgou um alerta para que a população civil deixe o aeroporto de Sanaa, na capital do Iêmen.

“Não deixar o aeroporto e ficar longe do local expõe você ao perigo”, diz a mensagem publicada na conta oficial do Exército de Israel na plataforma X (ex-Twitter).

Após atacar o Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Israel, e convocar um “bloqueio aéreo” ao país, os houthis agora ameaçam intensificar os ataques. Segundo fontes citadas pelo jornal libanês Al-Akhbar, filiado ao Hezbollah, o grupo terrorista iemenita pretender atingir alvos em Haifa, a maior cidade do norte de Israel.

Trinta aviões da Força Aérea de Israel responderam aos houthis lançando uma ofensiva contra o Porto de Hodeidah, na costa oeste do Iêmen. Foram 50 bombas lançadas contra o local. Segundo um oficial israelense citado de forma anônima pelo portal Ynet, “a era de contenção chegou ao fim”.

Antes dessa resposta militar, o último ataque israelense aos houthis, a mais de 2 mil quilômetros de Israel, aconteceu em dezembro do ano passado.

Desde que Israel retomou os combates na Faixa de Gaza, em 18 de março deste ano, os houthis dispararam 30 mísseis balísticos contra o território israelense. Ao menos 20 deles foram interceptados pelo sistema de defesa do país. Com exceção do míssil que atingiu a área do aeroporto em Tel Aviv, os demais sequer chegaram a Israel, um deles inclusive caiu na Arábia Saudita.

"Vamos rasgar a sua cara"

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se manifestou sobre os atuais conflitos envolvendo Israel. “Atacamos os aviões terroristas que os Houthis usam para abastecer toda essa máquina de matar. Os mísseis assassinos que estão tentando nos atingir”, explicou.

E justificou as últimas ações militares. “Meu princípio é simples. Olho por olho, dente por dente. Quem nos atacar, nós o atacaremos sete vezes mais”, garantiu.

Em relação aos combates na Faixa de Gaza, reiterou o discurso. “Estamos falando de uma luta poderosa para alcançar a submissão do grupo terrorista e a libertação de nossos reféns”.

E encerrou de maneira forte. “Eu digo ao Hamas que vamos rasgar a sua cara”, prometeu.

"Vamos parar"

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se manifestou sobre os atuais conflitos no Oriente Médio. “Vamos parar de bombardear os Houthis. Eles não querem lutar”, surpreendeu.

Com tom conciliador, demonstrou confiança no grupo terrorista iemenita financiado pelo Irã. “Quero acreditar na palavra deles que não vão mais atacar navios no Mar Vermelho”, ponderou.

Sobre Israel, não houve comentários diretos. Segunda-feira, ocorreu ataque coordenado entre Washington e Jerusalém contra o Porto de Hodeidah.

A entrevista coletiva foi concedida ao lado do primeiro-ministro eleito do Canadá, Mark Carney. Netanyahu ainda não dissertou sobre o depoimento do aliado.