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7 de Setembro tem atos a favor e contra o governo Jair Bolsonaro

Às vésperas do Dia da Independência, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decretou a prisão de bolsonaristas

Foto: Marcos Corrêa/PR
O presidente Bolsonaro é saudado por apoiadores, em Brasília

Atos em defesa e contra o governo federal estão previstos nesta terça-feira (7 de setembro), em centenas de cidades no País. O feriado de 7 de Setembro se tornou a mais elevada aposta política do presidente da República, Jair Bolsonaro, desde que assumiu o Palácio do Planalto.

No sentido oposto, grupos de esquerda também programam atos, o que motivou autoridades da segurança pública a criarem esquemas inéditos de policiamento para evitar embates entre os manifestantes, especialmente no transporte público.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, acompanhou a solenidade de hasteamento da bandeira no Palácio da Alvorada, na manhã desta terça-feira. Ele estava ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e de aliados.

Durante parte da cerimônia, Bolsonaro ficou ao lado do vice-presidente Hamilton Mourão, com quem teve conflitos na relação política nos últimos dias.

O presidente saiu do Palácio da Alvorada e embarcou no Rolls-Royce presidencial, percorrendo o trajeto até a Praça das Bandeiras com crianças. 

Jair Bolsonaro conversou com apoiadores na manhã desta terça-feira, 7, dia em que convocou manifestações a favor do seu próprio governo, e renovou ataques em uma referência a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Nosso País não pode continuar refém de uma ou duas pessoas, não interessa onde elas estejam. Esta uma ou duas pessoas ou entram nos eixos ou serão simplesmente ignoradas da vida pública. Este é o meu trabalho", afirmou Bolsonaro, em conversa com apoiadores dentro do Palácio da Alvorada.

A fala foi transmitida nas redes sociais do presidente.

Na fala aos apoiadores, o presidente se colocou como o "porta-voz" do povo brasileiro no 7 de Setembro. Bolsonaro avisou que fará um discurso por volta das 10h15 na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e outro mais "robusto" entre 15h30 e 16 horas na Avenida Paulista, em São Paulo.

De acordo com ele, é o povo quem vai dizer para onde o chefe do Executivo deve ir.

Em publicação nas redes sociais neste 7 de setembro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, pediu que sejam garantidas no país “eleições livres, limpas e seguras”. Barroso, que é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu ainda que não haja “volta ao passado”.

Na publicação, o presidente do TSE destacou que é preciso haver espaço para todos no país.: “Brancos, negros e indígenas. Civis e militares. Liberais, conservadores e progressistas”, escreveu.

Prisão

Às vésperas do Dia da Independência, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decretou a prisão de bolsonaristas que ameaçaram integrantes da Corte.

A Procuradoria-Geral da República viu "levante" em atos convocados por apoiadores de Bolsonaro, que chegou a comparar as manifestações a um "ultimato" contra Moraes e ao ministro Luís Roberto Barroso, também do STF.

Na noite da segunda-feira, 6, apoiadores do presidente começaram a se dirigir para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, levando cartazes com pedidos de fechamento do STF e do Congresso O presidente sobrevoou de helicóptero o local durante o dia.

Um grupo de apoiadores de Jair Bolsonaro conseguiu furar o bloqueio de segurança montado pelo governo do Distrito Federal na Esplanada no período da noite da segunda-feira e tiveram acesso durante a madrugada de terça à região com carros e caminhões ao local onde ocorrerão as manifestações.

A circulação no local estava restrita desde a madrugada de segunda-feira como medida preventiva. Apenas a passagem de pedestres estava permitida.

Preocupado com as manifestações previstas para esta terça-feira, o Supremo Tribunal Federal reforçou a segurança de seus ministros. A corte fechou as portas na véspera do feriado para "facilitar os preparativos de segurança".

Ainda neste terça-feira, o Grito dos Excluídos, evento ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e os protestos contra o presidente estão programados para ocorrer em todas as capitais.

As manifestações devem ter como alvo a falta de políticas para o controle da inflação e aumento da fome, além de pedir a saída de Bolsonaro da Presidência da República.