Wanda Chase

Um navio vai navegar em um dos circuitos do carnaval de Salvador

Notícias exclusivas sobre música e arte baianas, toda sexta-feira - opraiwandachase@gmail.com


O navio está exposto na porta da Capela Nossa Senhora da Conceição, do MAM-Museu de Arte Moderna, na Avenida Contorno

O Cortejo Afro promete fazer em 2020 um desfile que vai ficar na história do carnaval de Salvador.

Adianto a vocês que uma embarcação vai navegar na passarela Nelson Maleiro, no Campo Grande.

Na linguagem artística é uma instalação.

Um Trança’tlântico que vai contar uma história revolucionária protagonizada por mulheres negras.

No vídeo
Alberto Pitta fala sobre o Tranç'atlântico e outras correntezas

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Músico baiano inova nos EUA

O músico e produtor Mikael Mutti, um dos talentos da Bahia -  agora assina Mika Mutti. Ele é autodidata, toca vários instrumentos. Tem uma história legal.Toca violão desde os 6 anos de idade e aos 12 já dominava o piano.

Mika já trabalhou com vários artistas da Bahia e do mundo. Em 2012,  junto com Carlinhos Brown e Sérgio Mendes, foi indicado para o Oscar na categoria de Melhor Canção Original, com o filme de animação “Rio”.

Ele já tocou com a banda heavy metal Scorpions, no Projeto “Amazônia - Live in the Jungle”. Advinha o que ele está fazendo agora?

No vídeo
Mika Mutti conta pra gente sobre seus novos trabalhos

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Thathi emplaca o "Microfonado"

A baiana Thathi está estourada!. Tem mais de 8 milhões de plays no Spotify. Pra melhorar ainda mais, seu projeto audiovisual  "Microfonado" emplacou.

Massa! 

Ela me disse que o "Microfonado" é um reencontro dela com a essência de sua composição, que é feita, na maioria das vezes, com instrumentos acústicos como o violão e o guitalele.

Três canções já estão disponíveis nas plataformas digitais: ”Jardim Japonês”, “Roda Gigante” e “Raiou”. 

Parabéns, Thathi!  

No vídeo
Jardim Japonês

No vídeo
Roda Gigante

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Lázaro Ramos em Cajazeiras

Os baianos Lázaro Ramos, Luedji Luna e Larissa Luz vão participar do I FLIN-Festival Literário Nacional: Diversas Leituras e Novos Caminhos, no Ginásio Poliesportivo de Cajazeiras, em Salvador.

O evento vai ser realizado de 12 a 15 de novembro.   

 Além dos baianos, outros nomes importantes da cultura brasileira estão sendo confirmados.

Uma excelente oportunidade para os jovens aprenderem sobre outras linguagens.

Aproveitem, a educação é o único caminho.

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Boliveira vira taxista em filme

Fabricio Boliveira é o protagonista do filme "Breve Miragem do Sol".

O longa será exibido dentro da programação do Panorama Coisa de Cinema, no Espaço Itaú – Cine Glauber Rocha, no domingo, em Salvador, e na segunda-feira no Theatro Cachoeirano, na cidade de Cachoeira.

Após as sessões haverá debate. Fabrício me contou que  o personagem dele é um homem de 40 anos que vira taxista para poder pagar a pensão do filho de 10 anos.

A direção do longa é de Erick Rocha, filho do baiano Glauber Rocha, gênio do Cinema Novo .“É uma das coisas mais incríveis que já fiz na vida conta ele - “Estou muito feliz com ele, com o resultado dele”, conta Fabricio, feliz.


Fabrício Boliveira em cena de "Breve Miragem do Sol"

O filme é produzido por uma diretora executiva aqui de Salvador, Joelma Gonzaga, uma mulher negra que é uma das maiores diretoras executivas do país.

“Essa mulher é um estouro,” diz o ator.

Está dado seu recado, meu Simonal.

Sucesso!!!

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Margareth compõe com filha de Jimmy Cliff

Margareth Menezes lança o álbum "Autêntica" às 19h desta sexta-feira (1 de novembro), com show no Mercado Iaô, no bairro da Ribeira, em Salvador.

Na quarta-feira (30 de outubro) Maga apresentou o novo trabalho para a mídia baiana e amigos no Hotel Fasano, em Salvador.   

Uma das músicas que ela apresentou foi “Querera”, composição dela e da cantora, compositora e atriz baiana Nabiya Be, que mora em Nova York, nos Estados Unidos, e é filha de ninguém menos que Jimmy Cliff.

Nabiya  canta em inglês com Margareth e fez uma participação no filme “Pantera Negra”.

Ouça
"Querera"

No vídeo
Margareth Menezes fala sobre seu novo trabalho

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Raimundo Lima surpreende

Quem também faz show nesta sexta-feira (1 de novembro) e neste sábado (2), no Café Rubi, no Wish Hotel da Bahia, em Salvador, é o jornalista Raimundo Lima, que lança seu primeiro CD.

O título é "Raimundo Lima Surpreendente".

Os artistas Targino Gondim, Antônio Carlos e Jocafi, Altay Veloso, Roberto Mendes, Armandinho Macedo, Claudia Cunha são algumas das participações nos shows.

A festa vai ser boa!

No vídeo
Trecho do show "Raimundo Lima Surpreendente"

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Hoje é dia de festa na Bahia!

É dia de reverenciar “o negrume da noite” e dia de lembrar e cantar músicas que não tocam no rádio, mas estão na memória do nosso povo.

Quem nunca cantou: "Ô leva eu /Subindo a ladeira do Curuzu / Eu também quero ir / Não me faça chorar / Não me deixe aqui ". 

Ou: "O brilho da avenida não ofusca /O brilho dessa raça de origem nagô"

E .... "Lá vem a negrada que faz o astral da avenida / Mas que coisa tão linda /Quando ela passa me faz chorar"

E a cada carnaval, como dizia a militante Lélia Gonzalez - uma das fundadoras do MNU-Movimento Negro Unificado - “a negadinha do Ilê veste a fantasia no corpo e na alma e canta orgulhosamente: "Ilê Aiyê  é a nossa cor /É a nossa cor".

Os compositores do Ilê construíram trilhas sonoras que marcaram nosso cotidiano e momentos de enfrentamento racial. É só lembrar Paulinho Camaféu  em “Que bloco é esse”, gravada primeiramente por Gilberto Gil .

Os versos dizem: "Branco se você soubesse / O valor que preto tem /Tu tomavas banho de piche pra ficar preto também".

Já o compositor Haroldo Me Trate Bem polemizou  com o samba. "Senhor não adiantou / Tomar banho de piche / Pra ficar da minha cor / Segunda- feira foi à praia da Ribeira / Tomar sol a manhã inteira".

O Ilê também é trilha sonora de muitos casais. Olha essa: "Você passa o ano inteiro/ Dizendo que gosta de mim/Mas quando chega fevereiro / Oh nego, você fica ruim /Eu finjo que não vejo / Esse é o meu prejuízo /Você quando vê o Ilê / Parece que perde o juízo, amor, amor / É o amor ao Ilê, menino / É o amor ao Ilê".

Namoros e até casamentos são desfeitos.

Não acredita?

Amo essa: "Quer ir embora, vai / Adeus bye,bye /Quando vc me quiser / Estarei no Ilê / Já não te quero mais".

E hoje peço licença aos meus amigos compositores pra dizer que também te amo, Ilê Aiyê.


A beleza negra do Ilê - Foto: Alex Carvalho/Wikimedia Commons

Parabéns pelos 46 anos de lutas, encontros, desencontros, raça e história.

Mais tarde vamos todos à Senzala do Barro Preto, no Curuzu.

Tem show com o Movimento do Beto (o Jamaica), Catadinho do Samba e a Banda Aiyê.

Beto foi da ala de canto do mais belo dos belos. São dele as canções “Crença e Fé”, “Tapete Negro” e “Moça de Touca”.

À noite vá lá na senzala e se jogue no ijexá.

Ah! Eu também sou Ilê, entendeste?

Obrigada, seu Vovô. Rsrs