
O partido La Libertad Avanza (LLA), liderado pelo presidente argentino Javier Milei, conquistou cerca de 40,8% dos votos nas eleições legislativas de 26 de outubro de 2025, superando a coalizão peronista Fuerza Patria, que obteve aproximadamente 31,7%.
O resultado dá a Milei uma base parlamentar mais confortável para avançar com sua agenda liberal-libertária, em meio a uma economia fragilizada e a um contexto político polarizado.
As eleições legislativas da Argentina, realizadas em 26 de outubro de 2025, renovaram metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado.
Nessa disputa, o partido de Milei, La Libertad Avanza, alcançou cerca de 40,8% dos votos, segundo anúncio feito pelo governo argentino. A oposição peronista, por sua vez, ficou em segundo lugar com aproximadamente 31% a 33% dos votos.
Com esse resultado, Milei conseguiu ampliar sua representação parlamentar e estabelecer uma aliança propícia para a tramitação de projetos de governo.
Importância da vitória para o governo
A vitória representa um momento decisivo para Milei, pois permite maior margem de manobra legislativa.
Segundo analistas, a conquista abre caminho para reformas econômicas e estruturais de grande impacto — justamente no momento em que a Argentina enfrenta inflação alta, baixo crescimento econômico e desalento social.
Milei declarou que o resultado era “o mandato que confirmava” sua agenda de mudança, afirmando que o Congresso agora era “o mais reformista da história argentina”.
Agenda política e reformas previstas
Sob a liderança de Milei, a coalizão LLA defende uma política econômica fortemente liberal: cortes nos gastos públicos, privatizações, redução de impostos e uma intervenção mínima do Estado na economia.
A agenda também inclui mudanças nas relações exteriores e no sistema monetário — Milei já manifestou seu posicionamento alinhado aos EUA e à ampliação de liberdade econômica.
Essa vitória parlamentar torna mais viável avançar com essas reformas, ao mesmo tempo em que o governo reconhece que ainda precisará negociar com governadores e partidos regionais fora da coalizão para aprovar certas medidas.
Desafios e cautelas
Apesar da vitória, o cenário não está isento de riscos. A taxa de participação foi relativamente baixa -- cerca de 67,8% -- o que indica certa apatia ou desconfiança do eleitorado, reflexo da crise econômica e da polarização política.
Além disso, Milei enfrentou recentemente uma derrota em nível provincial, na província de Buenos Aires, o que demonstra que sua base de apoio ainda não é universal.
Analistas alertam que vencer as eleições é uma coisa; governar com eficácia, manter estabilidade econômica e lidar com a oposição de sindicatos e movimentos sociais será outro desafio — especialmente num país que vem enfrentando décadas de ciclos de crise e reformulações políticas.
Impactos regionais e internacionais
A vitória de Milei também reverbera além das fronteiras da Argentina. Países vizinhos e mercados latino-americanos observam o avanço de uma agenda liberal mais radical em tempos de instabilidade. A adoção de políticas mais próximas ao modelo estadunidense ou de alianças estratégicas com países ocidentais poderá redefinir a posição da Argentina no bloco regional.
Por outro lado, críticos veem o risco de regressão em políticas sociais, de ampliação da desigualdade e de adoção de práticas menos inclusivas. A polarização política, portanto, permanece um elemento de atenção.
Com a vitória eleitoral, Javier Milei e o partido La Libertad Avanza entram numa nova fase, com capital político ampliado para acelerar reformas estruturais que prometem transformar o rumo econômico e social da Argentina. Ainda assim, os obstáculos são numerosos: a necessidade de alianças amplas, o descontentamento social, a fragilidade econômica e o risco de instabilidade política. O êxito dependerá tanto da ambição das mudanças quanto da capacidade de implementação real e de articulação política.

