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Israel e o grupo terrorista Hamas assinam acordo de paz em Gaza

O acordo foi mediado pelo presidente Donald Trump, dos EUA

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Israel e o Hamas firmaram um acordo para cessar fogo e troca de prisioneiros após mais de dois anos de conflito. O pacto prevê a retirada parcial de tropas israelenses, liberação de todos os reféns e concessões humanitárias, embora muitos pontos estruturais ainda dependam de negociação futura.

A retirada da Cidade de Gaza das Forças de Defesa de Israel começou. Gradativamente, haverá o retorno de militares.

Na próxima semana, milhares de soldados da reserva serão liberados. O grupo terrorista Hamas poderá retomar o controle da maior parte da Faixa.

Centenas de pessoas foram  para a Praça dos Sequestrados, em Tel Aviv, cantando, dançando e comemorando. Os hospitais estão preparados para receber reféns.

Einav Tsengauker, mãe do sequestrado Matan, espera pelo filho. “Só quero dizer a ele que o amo, ver seus olhos se fixarem nos meus, vê-lo abraçar Shani e Natalie e o amor de sua vida, a sobrevivente do cativeiro Ilana Grichowski.”

Famílias de reféns em Israel reagiram com alívio e esperança ao saber que seus entes poderão ser libertados em breve. 

Do lado palestino, moradores de Gaza expressaram celebração cautelosa, visto que as condições humanitárias continuam gravíssimas após meses de cerco e bombardeios. 

A comunidade internacional reagiu com otimismo contido. O secretário?geral da ONU, António Guterres, apelou ao cumprimento rigoroso do acordo e à liberação digna dos reféns. 

Primeira fase

O acordo foi anunciado pelo presidente americano Donald Trump em sua plataforma de mídia Truth Social, saudando o que ele chamou de uma paz "forte" e "durável" após mais de dois anos de conflito.

“Tenho muito orgulho de anunciar que Israel e o Hamas assinaram a primeira fase do nosso Plano de Paz”, escreveu Trump. “Isso significa que TODOS os reféns serão libertados muito em breve, e Israel retirará suas tropas para uma linha acordada, como os primeiros passos em direção a uma paz forte, duradoura e duradoura. Todas as partes serão tratadas de forma justa!”

O acordo, no entanto, é parcial: abrange apenas a primeira etapa. Muitas questões estruturais — como o desarmamento do Hamas, a futura governança de Gaza e a reconstrução -- permanecem em aberto e serão negociadas posteriormente. 

Segundo o plano de Trump, citado pela revista Time, os cerca de 48 reféns ainda mantidos em Gaza -- 20 dos quais se acredita estarem vivos -- serão libertados. Após o retorno dos reféns, Israel deverá libertar 250 prisioneiros palestinos que cumprem penas de prisão perpétua, além de outros 1.700 moradores de Gaza detidos após 7 de outubro de 2023. Isso inclui todas as mulheres e crianças de Gaza mantidas por Israel, segundo o plano.

Fonte próxima ao Hamas disse que a organização enfrentará medidas difíceis, incluindo desarmamento e exílio.

O conflito entre Israel e Hamas foi deflagrado em 7 de outubro de 2023, quando terroristas do Hamas realizaram ataques que deixaram cerca de 1.200 mortos em Israel e sequestraram centenas de civis.

Em resposta, Israel iniciou uma operação militar massiva em Gaza, resultando em alto número de vítimas palestinas -- segundo autoridades locais, mais de 67 mil mortes e vasta destruição na região.

Desafios e incertezas

Embora o acordo represente um avanço inédito, ele é frágil e sujeito a muitos riscos:

Implementação efetiva: cada etapa requer coordenação logística e confiança entre partes inimigas.

Garantias de cumprimento: será necessário monitoramento internacional para evitar violações do cessar-fogo.

Negociações posteriores: não se sabe ainda como serão tratados os temas centrais: segurança, governança de Gaza e reconstrução.

Desconfiança histórica: diversos acordos e cessar-fogos no passado foram quebrados por ambas as partes.