A proximidade entre família e escola beneficia o processo de ensino e aprendizagem de estudantes de todas as idades. Quando os responsáveis estão envolvidos no cotidiano escolar, tendem a oferecer melhores condições de desenvolvimento para crianças e adolescentes.
O último levantamento realizado pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), com dados coletados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), revelou que os alunos com maior participação dos pais na vida escolar têm um desempenho melhor em relação aos estudantes que convivem com um envolvimento menor da família.
A média dos alunos que receberam menos apoio dos responsáveis foi de 357 pontos, enquanto que aqueles que contaram com maior participação dos pais alcançaram uma média de 414 pontos, em uma avaliação na qual a pontuação máxima é de 500.
Para que essa participação ativa aconteça de forma benéfica, é fundamental que os responsáveis demonstrem interesse pelo que acontece na escola e participem ativamente das tarefas de casa e dos eventos promovidos no ambiente escolar.
Segundo o consultor pedagógico da Conquista Solução Educacional, Anderson Leal, o principal motivo dessa melhora de desempenho está relacionado à questão emocional. “Crianças e adolescentes precisam de pais dispostos a oferecerem amor, carinho, cuidado, proteção e orientação, especialmente nessa época de vestibular, quando as incertezas estão presentes na mente dos estudantes”, aponta.
Esse cuidado, quando demonstrado pelos responsáveis, deixa os alunos mais tranquilos para tomar decisões relacionadas à educação, e isso é refletido também nas provas e vestibulares.
O especialista explica que a presença das figuras parentais no ambiente escolar é fundamental para moldar o comportamento dos jovens.
“O primeiro papel dos pais é de modelar o comportamento dos filhos. As crianças e adolescentes olham para os responsáveis como um modelo comportamental e, querendo ou não, eles aprendem determinadas competências e habilidades por meio dessa modelagem”, detalha.
Leal ressalta ainda que os estudantes que veem nos pais um modelo de alguém que se preocupa com a educação dos filhos, tendem a levar a sério a vida escolar e, consequentemente, se sair bem nas atividades.
Independentemente de como a família é composta e de quem são os responsáveis pelos jovens, para o especialista, é fundamental que a questão mais importante da participação na vida escolar dos estudantes não seja alterada.
“Há famílias em que os pais estão mais presentes, enquanto em outras, avós ou tios desempenham esse papel de figuras parentais. Isso faz parte da constante evolução da humanidade e dos novos modelos de família na sociedade atual. O que não pode mudar é a estrutura de amor e afeto na formação da personalidade dos jovens”, salienta Leal, destacando que, quanto mais as crianças e adolescentes se sentirem acolhidas, maior será a influência positiva em suas vidas escolares, desde o Ensino Fundamental até os vestibulares e universidades.