Educação

Enem: veja como gráficos e tabelas podem fazer a diferença na nota

Em alguns casos, a prova traz obras de arte

Foto: Rovena Rosa | Agência Brasil
Cursinho preparatório

Saber ler e interpretar os diferentes tipos de recursos textuais e visuais que aparecem ao longo da prova é uma das habilidades mais importantes para quem vai prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022.

Além de estudar os conteúdos mais cobrados e de se preparar para escrever uma boa redação, os estudantes também precisam estar atentos às possíveis respostas que se “escondem” nos próprios enunciados das questões. A capacidade de decifrar o que não está escrito é fundamental para isso.

De acordo com a assessora de Arte do Sistema Positivo de Ensino, Karoline Marianne Barreto, o Enem e a maioria dos vestibulares atuais avaliam a habilidade de interpretar diversas formas de linguagem. Essa abordagem aparece ao longo de toda a prova, espalhada em todos os componentes curriculares.

“Além de gráficos e tabelas, há muitos textos-base cujas informações devem ser interpretadas em cartazes publicitários, letras de canções, pinturas, ilustrações extraídas de livros, charges, trechos de história em quadrinhos, fotografias documentais ou artísticas, frame de filme, entre outros”, enumera. 

Obras de arte

Em alguns casos, a prova traz obras de arte - e, devido à forte característica de interdisciplinaridade do exame, isso pode acontecer em questões de todas as áreas do conhecimento. Ter algum entendimento sobre história da arte, então, pode ser proveitoso.

“Quanto mais o estudante souber do contexto histórico e das teorias da arte e estética discutidas em torno daquela obra, mais ele pode compreender o sentido de cada alternativa da questão e, assim, realizar a correta relação entre o comando da questão e o item correto”, detalha a especialista.

Ela lembra que a arte é muito subjetiva e, portanto, permite infinitas possibilidades de interpretação. “O Enem não quer saber o que você sente ou interpreta individualmente a partir da obra de arte, mas provavelmente lhe pedirá para interpretar, definir, argumentar, comparar ou potencializar a obra de arte a partir do ponto de vista do comando da questão”, aponta.

12,5% das questões da área de Linguagens são de conhecimentos específicos da arte. Primeiro, saber interpretar o enunciado da questão. Em segundo lugar, é preciso ter repertório de arte para saber do que se tratam as obras. “Por isso, é recomendável ver muitas pinturas, fazer passeios virtuais ou reais em museus, casas de cultura, casas de memória, galerias, ver filmes, séries, fotografias, seguir artistas contemporâneos brasileiros e internacionais nas redes sociais e seguir os museus mais famosos, por exemplo”, sugere Karoline.

Em terceiro lugar vem o letramento visual, construído desde a Educação Infantil. “Ele é a capacidade de atribuir significados e símbolos aos textos visuais com que o estudante se depara ao longo da vida, reconhecendo os elementos formais, como as formas, cores, linhas, texturas, sons, volumes, luz e sombra, e conseguir estabelecer relações simbólicas entre esses elementos e o contexto histórico e estético no qual cada obra está inserida”, explica.

Gráficos e tabelas

Atenção aos elementos visuais que compõem as questões. Como destaca o assessor de Química do Sistema Positivo de Ensino, Flávio Barbosa, dificilmente uma informação apresentada no texto-base será algo acessório.

“Se o candidato se deparar com um gráfico ou tabela, ou qualquer outra forma de representação, é importante que ele saiba que aquela informação será muito útil na resolução da questão. E, geralmente, o texto-base apresenta orientações sobre como interpretar o gráfico ou tabela”, afirma.

“Observar as unidades de medida, nomenclaturas e ordem de apresentação das informações é uma boa dica para sair na frente”, ressalta. Ele também recomenda que o estudante tente encontrar padrões nos dados que estão sendo fornecidos. “Essa é uma chave de leitura que pode garantir o acerto em muitas questões, tanto na área das Exatas, quanto nas Humanidades”, completa.

A melhor maneira de treinar o olhar para isso ainda é resolvendo provas antigas. “Isso ajuda a encontrar padrões na forma como o Enem apresenta esses recursos”, explica Barbosa.

Para o assessor, à medida que o candidato resolve questões de provas passadas, consegue compreender melhor qual a função de um gráfico em uma questão de Geografia, ou como os dados são apresentados em uma tabela em uma questão de Química, por exemplo.

“Explorar esses recursos permite praticar e desenvolver habilidades interpretativas. Assim, no momento da prova, é possível ter insights que permitem extrair os dados necessários para resolver as questões”, completa.

Mapas, infográficos, esquemas

As notas do Enem são calculadas por meio de uma modelagem estatística chamada “Teoria de Resposta ao Item” (TRI). Essa modelagem separa as questões em fáceis, médias e difíceis e a melhor estratégia para conseguir uma boa nota é priorizar as questões mais fáceis.

A assessora de Geografia do Sistema Positivo de Ensino, Rafaela Pacheco Dalbem, alerta que uma forma de identificar essas questões é justamente observar se elas trazem mapas, fotografias e outros elementos visuais. “A chance de que questões com esses elementos sejam mais simples do que parecem é sempre grande”, pontua.

Rafaela dá algumas dicas práticas, que podem ser úteis: “Comece entendendo qual é o comando da questão, ou seja, o que você precisa procurar nos textos-base. Depois, leia a legenda para identificar autoria, ano e escala. Identifique detalhes importantes. Questione-se coisas como: é um dado de uma revista ou de um Instituto de Pesquisa? É um dado recente ou não? Por fim, leia o restante da questão e escolha o gabarito”, finaliza a especialista.