Brasil / Política

Bolsonaro critica a Petrobras e ICMS cobrado pelos Estados

Bolsonaro voltou a dizer que não pode interferir na Petrobras

Enquanto o governo ainda mostra dificuldades em conter a alta dos combustíveis, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quarta-feira, 27, que a Petrobras só dá dor de cabeça.

"Vamos partir para uma maneira de quebrarmos mais monopólio. Quem sabe até botar no radar da privatização. É isso que nós queremos", declarou o chefe do Executivo em entrevista à Jovem Pan News, em mais uma fala na direção da venda da empresa. "Enfrentar um monopólio desse não é fácil", acrescentou.

No entanto, como mostrou na terça-feira o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a privatização da Petrobras, vontade sinalizada pelo presidente e também pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, é um "sonho distante" e uma "cortina de fumaça", na avaliação de bancos.

Bolsonaro voltou a dizer que não pode interferir na Petrobras. "Vou sofrer processo, o diretor vai ser preso."

Por outro lado, criticou a estatal. "É uma empresa que hoje em dia está prestando serviços para acionistas", declarou. "Essa empresa é nossa ou de alguns privilegiados? Sei que tem gente humilde comprando ações, mas não é justo o que está acontecendo", disse.

O presidente ainda voltou a criticar Estados pela cobrança de ICMS sobre combustíveis e elogiou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), pelo congelamento do imposto incidente no diesel. "Zema tem a noção que o diesel interfere mais ainda a vida de todos nós", afirmou Bolsonaro.

Auxílio

Jair Bolsonaro disse que recebe sugestões para elevar o valor do programa. "Muita gente diz para eu passar para 600 que estou garantido na reeleição", disse o chefe do Executivo em entrevista à Jovem Pan News.

No entanto, declarou que não pensa em política neste momento e sabe dos impactos econômicos de subir ainda mais o piso do Auxílio Brasil. "Imagina se eu falo em 600 do Bolsa Família, o que acontece com a bolsa e com o dólar?", questionou. "Bagunça na economia não interessa para ninguém", acrescentou.

Ele voltou a defender o lançamento do Auxílio Brasil neste momento de crise. "Temos que atender os mais pobres, Paulo Guedes tem coração", disse.

Contudo, como mostraram o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) e o jornal O Estado de S. Paulo, o governo ignorou sugestões de financiamento do programa para alterar o teto de gastos, considerado a âncora fiscal do País.

Apesar de o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, já ter admitido a mudança na regra, Bolsonaro voltou a dizer nesta quarta que não vai haver furo do teto. "Mas também não podemos deixar de olhar para o povo mais pobre", declarou.

Julgamento do TSE

O chefe do Executivo ainda criticou o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de duas ações contra a chapa presidencial eleita em 2018 por compartilhamento de fake news. "Tem coisa que não tem que nem julgar, tem que arquivar", avaliou o Bolsonaro.

Na terça, três ministros da Corte votaram contra a cassação. Restam agora quatro votos para encerrar o julgamento, que deve ser retomado na quinta-feira.