A Nasa deu mais um passo importante para realizar uma futura missão tripulada em Marte. O robô Perseverance, que desembarcou no planeta vermelho em fevereiro, conseguiu converter dióxido de carbono da atmosfera marciana em oxigênio, algo inédito na história da exploração espacial.
O anúncio foi feito pela Nasa nesta quarta-feira (21), confirmando o cumprimento de um dos principais objetivos da missão Marte 2020. "Esse é um primeiro passo importante", disse Jim Reuter, administrador associado da direção de tecnologias para missões espaciais da Nasa.
A expectativa é de que futuras versões do instrumento experimental testado pelo Perseverance possam pavimentar o caminho para viagens tripuladas ao planeta vermelho. O processo efetuado pelo robô pode não apenas produzir oxigênio para a respiração, mas também pode evitar a necessidade de se enviar grandes quantidades do gás para usar na propulsão de foguetes na viagem de volta.
O instrumento se chama "Moxie" (acrônimo de Experimento de Utilização de Recursos de Oxigênio em Marte), uma caixa dourada do tamanho de uma bateria de carro que fica na parte anterior direita do Perseverance.
Ele usa reações elétricas e químicas para dividir as moléculas de dióxido de carbono (CO2), compostas por um átomo de carbono e dois de oxigênio.
Em seu primeiro teste, o Moxie produziu cinco gramas de oxigênio, quantia suficiente para 10 minutos de respiração de um astronauta em atividade normal.
O instrumento, no entanto, foi pensado para gerar até 10 gramas de oxigênio por hora - a atmosfera de Marte é constituída de 96% de dióxido de carbono.
Além de preparar uma futura missão tripulada, o robô Perseverance também vai buscar possíveis sinais de vida microbiana passada no solo de Marte. No início da semana, o helicóptero-drone Ingenuity, que também faz parte da missão, já havia alcançado um feito inédito ao realizar o primeiro voo motorizado em outro planeta de um equipamento construído na Terra.