Depois de crescer por dois anos seguidos, a natalidade voltou a recuar na Bahia, de 2018 para 2019, e atingiu seu menor patamar no estado, neste século. No ano passado, foram registrados 196.951 nascimentos, número 2,8% menor que o de 2018 (quando haviam sido 202.868 registros) e o mais baixo desde 2001.
Comparando os extremos no maior intervalo de tempo, houve uma redução de 12,9% no número de nascimentos na Bahia, com menos 29.111 bebês registrados em 2019 do que em 2001 (226.061 e 196.951, respectivamente). Nesse período, a queda percentual da natalidade na Bahia (-12,9%) foi a segunda mais intensa do país, menor apenas do que a verificada em Minas Gerais (-13,2% ou menos 39.141 nascimentos na comparação entre 2019 e 2001).
Entre 2018 e 2019,o número de nascimentos registrados também caiu no Brasil como um todo (-3,0%), de 2.899.851 para 2.812.030 (menos 87.821 registros). Houve diminuição em 24 das 27 unidades da Federação, e apenas Roraima (+14,4% ou mais 1.624 nascimentos), Amazonas (+0,4%, ou mais 312) e Mato Grosso (+0,4% ou mais 234) tiveram alta no número de nascidos registrados.
No outro extremo, as quedas mais acentuadas, em termos percentuais, ocorreram no Rio de Janeiro (-5,4% ou menos 11.677), no Rio Grande do Norte (-4,7% ou menos 2.266) e em Alagoas (-4,7% ou menos 2.418). Nessa comparação de mais curto prazo (2018-2019), a Bahia teve a 15a redução (-2,8%).
Salvador também teve redução da natalidade entre 2018 e 2019, a segunda consecutiva, e, assim como o estado, registrou no ano passado o menor número de nascimentos neste século (desde 2001). Foram registrados 32.780 bebês em 2019, na capital baiana, 2,2% a menos do que em 2018 (quando haviam ocorrido 33.507 nascimentos) e 12,8% a menos do que em 2001 (37.584).
De 2018 para 2019, entre as capitais, só Boa Vista/RR teve aumento nos nascimentos registrados (+10,3%). As maiores quedas percentuais ocorreram em São Luís/MA (-9,6%), Vitória/ES (-8,8%) e Aracaju/SE (-7,6%). A taxa de redução em Salvador (-2,2%) foi apenas a 22a.
Em 2019, fecundidade só cresceu entre mulheres a partir de 35 anos
Além de ter caído no total, o número de nascimentos registrados em 2019, na Bahia e em Salvador, foi menor que o de 2018 entre as mulheres de todas as faixas etárias até os 34 anos. Entretanto, cresceu a partir daquelas com 35 anos.
A fecundidade mais tardia é resultado do progressivo envelhecimento da população e da cada vez mais frequente postergação da maternidade - e tem ainda mais força na capital.
No ano passado, na Bahia, 31.510 nascimentos tiveram como mães mulheres de 35 anos ou mais de idade, o que representou 16,0% do total de bebês registrados.
O número de nascimentos cujas mães tinham 35 anos ou mais cresceu 3,2% frente a 2018, quando havia sido de 30.530 (15,1% do total).
Em Salvador, o envelhecimento progressivo da fecundidade é mais intenso que no estado. Em 2019, 7.638 bebês registrados tiveram como mães mulheres de 35 anos ou mais de idade.
O número cresceu 4,8% frente a 2018 (7.287) e representou 23,3% do total de registros no ano (frente a 21,7% em 2018).
No ano passado, Salvador teve o maior percentual de bebês nascidos de mães de 35 anos ou mais de idade dentre as capitais do Norte-Nordeste e o 5o maior do país. Ficou abaixo apenas de Belo Horizonte/MG (26,5%), Florianópolis/SC (26,4%), Vitória/ES (25,5%) e Porto Alegre/RS (25,2%).
Apesar do envelhecimento da fecundidade, em 2019, na Bahia, 16,9% dos bebês registrados tiveram mães adolescentes ou jovens menores de 20 anos (33.203).
Quase a totalidade deles (94,8%) tiveram mães de 15 a 19 anos (31.489), mas 1.714 nascimentos tiveram como mães meninas de menos de 15 anos de idade. Isso representou 0,9% do total, um percentual que se mantém relativamente estável desde 2001, apesar da queda absoluta na fecundidade adolescente.
Em Salvador, a fecundidade precoce é menos expressiva. Em 2019, 11,0% dos nascimentos registrados foram de mães com menos de 20 anos (3.611). Desses, 3.466 tiveram mães na faixa de 15 a 19 anos, e 145 foram de meninas menores de 15 anos - o que representou 0,4% do total, proporção que mostrou redução mais importante ao longo do tempo (era 0,5% em 2018 e 0,8% em 2001).