Pedro Oliveira

Águas termais de Caldas do Jorro completam 77 anos

Desde os anos 50, a região começou a se destacar como um destino turístico

Descobertas em 1948 durante a perfuração de poços em busca de petróleo na antiga Fazenda Macaco, no município de Tucano, as fontes termais do distrito de Caldas do Jorro comemoram no dia 4 de dezembro seu 77º aniversário. Esse dia será celebrado com uma extensa e importante programação cultural e social, incluindo a corrida das águas quentes, com sete km de extensão e a inauguração da decoração natalina intitulada “Oásis de Luz”. Naquela época, em vez de petróleo, foram encontradas fontes de águas termais com temperatura de 48ºC. Em 4 de dezembro de 1964, a localidade foi reconhecida como Estância Hidromineral de Caldas do Jorro por meio da Lei número 2077.

Desde os anos 50, a região começou a se destacar como um destino turístico, impulsionada pelas propriedades terapêuticas de suas águas termais, tornando-se um verdadeiro oásis no sertão baiano. Esse fato atraiu visitantes de várias partes do Brasil, que chegavam não apenas para aproveitar as águas aquecidas, mas também para conhecer e apreciar a beleza natural do local. Estudos científicos evidenciam as características peculiares da água no tratamento de diversas condições, como alergias, problemas de pele e reumáticos, distúrbios gastrointestinais, dispepsias, gastrites, colites, constipação, doenças do fígado e do trato urinário, além de acne, furunculose e eczemas parasitários.

Pesquisas indicam que as águas do Jorro têm sua origem na combinação de dois aquíferos sob alta pressão. Reconhecida como a principal fonte hídrica do Brasil, essa água é frequentemente comparada a prestigiadas águas minerais internacionais, como a Vichy, da França. No entanto, as águas termais do Jorro se sobressaem ao atingirem impressionantes 48 graus, enquanto a Vichy não ultrapassa os 36 graus. Na região dos banhos, há uma variedade de restaurantes, bares e um vibrante comércio de artesanato. A carne de bode assado é a estrela mais apreciada nos cardápios, sendo servida acompanhada de farofa d’água e vinagrete.

Nos anos 80, Jorro passou a se destacar como um relevante ponto turístico, e a produção de artigos em ouro diversificou suas atividades. Antes focadas apenas nas vestimentas dos vaqueiros, essas atividades agora incluem a comercialização de produtos como bolsas, cintos, sacolas e carteiras, voltados para os visitantes da comunidade. O distrito de Caldas do Jorro conta com o povoado de Tracupá, localizado às margens da BR-116, nas proximidades do Jorrinho, como seu principal centro de fabricação de peças de couro.