Uma imagem capturada pela Nasa mostra um buraco incomum no solo de Marte.
A foto lembra um queijo suíço, com buracos revelando um terreno escuro e empoeirado sob uma camada de gelo de dióxido de carbono claro em evaporação.
O que chama a atenção, no entanto, está na parte superior direita: uma depressão com cerca de 100 metros de diâmetro.
Por que esse buraco existe e por que é cercado por uma cratera circular continua sendo um tema de especulação, embora uma das principais hipóteses seja a de que foi criado por um impacto de meteoro.
Buracos como esse são de particular interesse porque podem ser entradas para níveis inferiores que se estendem em amplas cavernas.
Se for o caso, esses túneis naturais estão relativamente protegidos das condições severas da superfície de Marte, tornando-os candidatos promissores para abrigar vida marciana.
Esses poços, portanto, também são alvos prioritários para possíveis futuras missões espaciais, robôs e até exploradores interplanetários humanos.
A superfície de Marte parece tranquila nas fotos, mas na verdade é um lugar bem hostil para qualquer forma de vida como a conhecemos (e até para robôs e humanos).
Confira 5 perigos da superfície marciana
Frio extremo - A temperatura média em Marte é de cerca de -60°C, mas pode chegar a -125°C à noite perto dos polos, muito mais frio do que qualquer lugar na Terra.
Atmosfera fina e tóxica - A atmosfera de Marte é muito fina — tem menos de 1% da densidade da Terra. Isso significa que não dá para respirar lá (quase tudo é dióxido de carbono, e quase nada de oxigênio). Além disso, não ela não protege contra radiação solar nem mantém o calor.
Tempestades de poeira gigantes - Marte tem tempestades de poeira que podem cobrir o planeta inteiro e durar semanas. A poeira fina pode danificar equipamentos e dificultar a visibilidade.
Radiação - Sem uma atmosfera densa nem campo magnético como o da Terra, Marte não bloqueia bem a radiação cósmica e solar. Isso pode ser perigoso tanto para seres vivos quanto para equipamentos eletrônicos.
Gravidade menor - A gravidade em Marte é cerca de um terço da terrestre, afetando o corpo humano e como as coisas funcionam — ainda está sendo estudado como isso impactaria longas estadias.
Eles fornecem temperaturas mais estáveis, menos exposição grave à radiação e são um abrigo contra tempestades de poeira.
Ou seja, se existe vida em Marte (ou se quisermos viver lá no futuro), esses buracos podem ser os melhores esconderijos naturais.
Essas cavernas protegidas também seriam o lugar perfeito para formas de vida microscópicas marcianas, se existirem. A umidade, abrigo e estabilidade térmica tornam esses locais os melhores candidatos.
6 desafios tecnológicos para explorar cavernas em Marte:
Navegação autônoma – Robôs devem se mover em terrenos irregulares e escuros sem GPS, exigindo sensores e algoritmos avançados.
Comunicação – Sinais de rádio são limitados em ambientes subterrâneos; será necessário desenvolver sistemas de retransmissão.
Energia – Fornecer energia confiável em ambientes sem luz solar direta exige baterias de longa duração ou geradores.
Mobilidade – Veículos devem adaptar-se a solos instáveis, desníveis e passagens estreitas; modelos com pernas articuladas ou garras são estudados.
Mapeamento e análise – Equipamentos precisam escanear e interpretar a geologia em tempo real, buscando sinais de vida e áreas seguras.
Durabilidade e esterilização – Equipamentos devem resistir ao ambiente hostil e evitar contaminação biológica de Marte.
Além de cavernas, algumas características do solo marciano que podem indicar a presença de vida microscópica incluem:
Presença de minerais hidratados – Como argilas e sulfatos, que sugerem interação passada com água líquida, essencial para a vida.
Traços de matéria orgânica – Compostos de carbono encontrados por sondas como a Curiosity, que podem ter origem biológica ou não.
Variações sazonais de metano – Detectadas na atmosfera, podem ter origem geológica ou biológica.
Salmouras subterrâneas – Solos ricos em percloratos podem conter água líquida em forma salina sob a superfície, ambiente potencial para microrganismos.
Padrões geológicos antigos – Como leitos de rios secos, deltas e crateras com sedimentos, indicando água no passado.
Esses sinais, combinados com proteção natural em cavernas, aumentam o potencial de ambientes habitáveis em Marte.