Durante o recesso escolar, Salvador oferece uma programação cultural diversificada que transforma museus e centros culturais em pontos de encontro com a arte.
Entre as exposições em cartaz neste mês de junho, 6 reúnem diferentes linguagens e temáticas que dialogam com a história e a produção artística.
A programação contempla desde produções contemporâneas até acervos permanentes. Entre elas, a exposição “Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira”, em cartaz no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) até o final de agosto.
A mostra reúne obras de 69 artistas negros, a partir do mapeamento do Projeto Afro, entre nomes históricos e contemporâneos, em linguagens diversas como pintura, escultura, fotografia, vídeo e instalação.
“Salvador carrega consigo a história e a resistência da população negra no Brasil, o que transforma a experiência da exposição. Apresentar as imagens da baiana Lita Cerqueira aqui, por exemplo, é reconhecer sua contribuição para a memória visual da cultura afro-brasileira”, destaca o curador Deri Andrade, idealizador do Projeto Afro.
O museu funciona de terça a domingo, das 10h às 16h30. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), com gratuidade às quartas-feiras e domingos.
No Goethe-Institut Salvador-Bahia, duas mostras propõem diálogos entre paisagem urbana, símbolos coloniais e relações intercontinentais. Na galeria principal, o artista colombiano Roberto Uribe-Castro apresenta Padrões, uma investigação sobre marcos de controle territorial inspirados na arquitetura colonial.
Na galeria menor do Goethe, a artista cambojana SAO Sreymao exibe The Breath – Through the Sea / A Respiração – Através do Mar, instalação que articula videoperformance, fototransferência e objetos escultóricos para tratar do legado colonial e das conexões marítimas entre territórios.
“As exposições criam espaços de observação e percepção. Não oferecem respostas diretas, mas ampliam possibilidades de leitura sobre os lugares que habitamos e suas camadas históricas e sociais”, destaca Leonel Henckes, diretor de operações do Programa de Residência Vila Sul. Ambas ficam em cartaz até 11 de julho, com entrada gratuita.
No Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), a retrospectiva “Okòtò – A espiral da evolução” apresenta mais de 100 obras da artista visual e designer têxtil Goya Lopes.
Com curadoria de Daniel Rangel e Marcelo Campos, a exposição ocupa os salões expositivos do casarão e a capela anexa, aberta à visitação até 10 de agosto.
A mostra “Olhares e Territórios”, no Museu de Arte da Bahia (MAB), reúne trabalhos de 30 fotógrafos de diversas regiões do Brasil, selecionados por chamada pública.
Parte do 4º Colóquio de Fotografia da Bahia, a exposição propõe reflexões sobre identidade coletiva, deslocamento, pertencimento e as disputas simbólicas nos territórios do Sul Global. A visitação segue até 29 de junho.
No Espaço Cultural da Barroquinha, a exposição permanente “Orixás da Bahia” apresenta esculturas em tamanho natural de divindades afro-brasileiras esculpidas em papel machê por Alecy Azevedo e vestidas sob orientação de Mãe Menininha do Gantois. Criada em 1973, a mostra é um marco da celebração das tradições do candomblé e da umbanda na cidade.