Os casos de dengue no Nordeste já somam 15.411. O número é referente aos casos prováveis monitorados pelo Ministério da Saúde, que também registrou 113 mortes pela doença viral transmitida pelo Aedes Aegypti em todo o país.
No Brasil, a soma dos casos chegou a marca de 653.656, destes, a maioria está no Sudeste, que concentra 60,9% dos casos de dengue, enquanto o Nordeste tem o menor quantitativo, com 2,4% do total.
De acordo com os dados analisados pela Agência Tatu, somente até a sétima semana epidemiológica deste ano, em fevereiro, o país já possui mais do que um terço, 39%, dos casos de dengue registrados no ano todo de 2023, que totalizou 1.658.816.
Quatro Unidades Federativas (UFs) já decretaram situação de emergência em saúde pública devido ao alto número de casos de dengue: Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Acre, que estão entre as cinco UFs com o maior coeficiente de incidência da arbovirose, no cálculo de casos por 100 mil habitantes.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o Distrito Federal é a UF com o maior coeficiente de incidência (2814,5 a cada 100 mil habitantes), seguido por Minas Gerais (1061,7), Acre (644,7), Paraná (611,6) e Goiás (569,6).
Por outro lado, seis estados da região Nordeste ocupam as últimas posições no ranking por coeficiente de incidência: Sergipe (21,5), Paraíba (18,9), Pernambuco (15,2), Ceará (14,8), Alagoas (12,7) e Maranhão (5,5).
Mesmo as localidades que registram um menor número de casos, ainda é necessário reforçar o cuidado e prevenção ao contágio, evitando a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que é o principal responsável pela transmissão do vírus da dengue, da febre chikungunya e do Zika vírus.
Segundo o médico infectologista Renée Oliveira, a prevenção ao contágio da dengue e proliferação do mosquito está amparada em três fatores principais: vacinação, utilizar repelentes e evitar água parada.
“Temos uma vacina muito boa, mas que ainda não chegou para toda população, apenas para alguns grupos prioritários. A proteção contra a fêmea do mosquito aedes utilizando repelentes é, também, mais do que indicado, e o mais discutido, que é acabar com a água parada”, diz o especialista.
Ainda de acordo com Renée Oliveira, o mosquito já não exige mais uma água bem limpa e parada para conseguir proliferar, qualquer poça d’água, em qualquer local, já pode ser o suficiente para a fêmea depositar os ovos nas bordas, que se tornarão larvas, depois pupa (estágio intermediário entre a larva e o adulto) e, por fim, adulto. Esse ciclo dura cerca de 48 horas.
“É preciso um cuidado redobrado dentro e fora de casa. Nunca deixar caixas d’água destampadas, observar as calhas sujas, ou com folhas de plantas, que fazem a obstrução da água corrente e a água fica lá parada no telhado. Dentro das casas também, nos ralos, nos banheiros, atrás da geladeira, as plantas com água, e até a água parada nos lixos acumulados. O mosquito ele já não respeita mais aquela água bem limpa, ele já se adaptou muito bem a isso tudo, como já sabemos”, relata o médico infectologista.