Alberto Oliveira

ONU: uma inutilidade patética

Sem importância, sem poder, sem moral

Há um fórum para discutir o respeito aos direitos humanos. Que país foi escolhido pelas Nações Unidas para presidir o dito fórum?

Está de pé? Sente-se. Melhor: deite-se.

A ONU escolheu o Irã! O Irã! Aquele mesmo país dominado por ditadores fundamentalistas, que se divertem em espancar mulheres até a morte pelo simples fato de que saíram à rua com o véu mal colocado na cabeça. Onde falar em direitos humanos é o mesmo que pedir a morte ou, na melhor das hipóteses, o encarceramento por décadas.

E ainda há quem abra a boca para dizer: "a ONU condenou" isso ou aquilo. Como se a ONU tivesse alguma importância, poder ou moral para condenar alguma coisa.

A decisão desmoraliza as Nações Unidas e é reveladora da inutilidade patética em que se transformou. Isso porque sua missão fundamental é defender o respeito à Declaração Universal dos Direitos Humanos, rotineiramente desprezada pelo Irã, segundo a própria ONU.

Ainda em julho deste ano um relatório da ONU escancarava as violações promovidas pelo regime autoritário do Irã. Estudantes são suspensas de aulas ou banidas de dormitórios por desafiarem a lei de uso obrigatório do véu, enquanto empresas são multadas ou fechadas por falta de adesão.

A adolescente Armita Garawand, de 16 anos de idade foi uma das vítimas da "polícia de costumes" do país. Acusada de usar o hijab (véu que esconde os cabelos) de forma errada, foi espancada até ficar desacordada no metrô. No dia 22 de outubro foi decretada a sua morte cerebral.

O Irã usa tecnologias de reconhecimento facial para identificar e prender mulheres e meninas que não cumprem essas leis, que a ONU qualifica de "fundamentalmente discriminatórias". O tema do Fórum de Genebra, sob a presidência do Irã, é “contribuição da ciência, tecnologia e inovação para a promoção dos direitos humanos, incluindo o contexto da recuperação pós-pandemia”

Dificilmente se poderia imaginar situação mais clara do que se transformou esse organismo.