Alberto Oliveira

Lojas brasileiras do setor varejista ampliam prejuízo de investidores

Perdas no valor de mercado assustam os investidores

Abalada por um rombo em sua contabilidade, a Americanas continua o processo de fechamento de lojas. Já são 97 em 2023 (25 delas somente em agosto). 

Embora ainda conte com mais de 1.700 unidades o número tem sido insuficiente para dar alguma tranquilidade aos investidores, que continuam a fugir do ativo como formigas de um açucareiro quente. 

Desde janeiro as ações da Americanas já desidrataram cerca de 90%.

Outro varejista que enfrenta problemas é o Grupo Casas Bahia. Suas ações caíram 50,39% em setembro, ampliando a baixa em 2023 para 74%, diante das dificuldades enfrentadas pela empresa tanto operacionalmente quanto em seu balanço. 

O terceiro da lista é Lojas Renner, cujas ações caíram 15,44% no mês passado.

A menor perda registrada em setembro, entre os principais varejistas do País, ficou com o Magalu, com queda de 3,19% no valor de suas ações.

Todos os varejistas foram (além dos problemas individuais) fortemente impactados pela manutenção de juros elevados por parte do Banco Central, um dos insrumentos da autoridade monetária para combater as expectativas inflacionárias no País, alimentadas pelo déficit das contas públicas, hoje estimado em R$ 168 bilhões.

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Tudo como dantes

As previsões do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos em 2023 ficaram estáveis na edição do boletim Focus desta segunda-feira (2). 

A previsão para este ano do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - considerada a inflação oficial do país – permaneceu em 4,86% nesta edição do Focus.

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Pode piorar

Para 2024, a estimativa de inflação subiu de 3,86% para 3,87%.

A projeção do mercado para a inflação de 2024 está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%.

A estimativa para 2023 também está acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e que é de 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. 

Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, a chance de o índice oficial superar o teto da meta em 2023 é de 67%. 

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Pressão cambial

A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar está em R$ 4,95 para o fim deste ano.

Para o fim de 2024, é de que a moeda americana fique em R$ 5,02.