Comportamento / Palco

Julho das Pretas realiza programação na Casa Mar

Ação traz debates sobre política, afroempreendedorismo, religiosidade, cultura e comunicação

Com o tema “E eu não sou uma mulher?", a Casa Mar - hub de cultura, influência e tecnologias criativas, em parceria com o Afroimpacto e o Alma Preta - Jornalismo Preto e Livre, se unem para promover o ‘Julho das Pretas’, campanha digital que tem como objetivo provocar reflexões e visibilizar a presença da mulher negra nos diversos espaços sociais, políticos e econômicos.

Refletindo sobre a frase da afro-americana abolicionista e ativista dos direitos das mulheres, Sojourner Truth, “E eu não sou uma mulher?", a expressão traz uma Interseccionalidade com as diversas vivências que marcam as trajetórias das mulheres pretas.

Baseando-se nos eixos da política, religiosidade, cultura, afroempreendedorismo e comunicação, as ações propostas têm a intenção de fortalecer as narrativas negras e ampliar as vozes femininas do movimento. 

“Embora o calendário do Julho das Pretas seja um calendário potente para nossa sociedade, algumas pessoas ainda não o conhecem. A Casa Mar gostaria de participar desse calendário pela sua importância, no sentido de contribuir para o fortalecimento dessas ações, com a expectativa de que elas se tornem políticas públicas para mulheres negras”, declara Jonaire Mendonça, gerente da Casa MAR.

De acordo com Tamila dos Santos, CEO da Afroimpacto e consultora de educação da Casa MAR, o Julho das Pretas é o momento de celebrar a pluralidade da mulher preta, considerando toda sua luta, suas vitórias e suas especificidades.  Além disso, é momento de ressaltar as dificuldades de ser mulher negra e como superar essas dificuldades.

“O mais importante desta ação, dentre todas essas questões, é entender que devemos falar sobre mulheres negras, questões raciais e pluralidades o ano inteiro, não somente em uma data específica”, frisa Tamila.

Por sua importância histórica, julho é um mês em que a força da mulher preta se destaca, a exemplo do dia 2, data em que comemoramos a Independência da Bahia, ocorrida graças aos esforços de Maria Felipa, heroína da Independência. Além desta data, no dia 25 de julho é celebrado o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, data instituída para dar visibilidade à luta das mulheres negras contra a opressão de gênero, a exploração e o racismo.

Ampliando os seus espaços, para o Alma Preta chegar a Salvador com uma ação desta magnitude é muito importante para a cobertura, pois como uma mídia antirracista, acreditam que não dá para desconsiderar as pautas que movimentam o Nordeste. “Estamos felizes com esse passo porque ele representa a ampliação da nossa produção de conteúdo e a possibilidade de termos novas narrativas pautadas na Alma Preta Jornalismo", ressalta a sócia diretora financeira da agência, Elaine Silva.

Segundo a editora do núcleo Alma Preta Jornalismo no Nordeste, a pernambucana Lenne Ferreira, responsável pela mediação da live de lançamento da campanha digital, existem motivos para comemorar a ampliação da cobertura. "Chegamos pisando devagar, com equipe local de produção, porque acreditamos que é muito importante falar sobre o território a partir do olhar de quem o vivencia e conhece e o acolhimento da equipe Casa Mar é muito significativo nesse processo de chegada", pontua a jornalista.

Ampliando as linguagens da campanha, a parceria Casa MAR e Alma Preta lançará também uma playlist especial intitulada ‘Julho das Pretas’ – no Deezer e Spotify.

Para dar continuidade as ações do calendário deste mês, acontece no próximo dia 29 de julho, a live de lançamento da Alma Preta na Bahia: Descolonizando a comunicação. Abordando as narrativas e comunicação negra, com retransmissão de conteúdo realizado pela Casa MAR.

SOBRE A CASA MAR

A Casa Mar é um hub de cultura, influência e tecnologias criativas que tem como principais objetivos potencializar criatives – com foco em pluralidade e protagonismo negro e LGBTQIA+, sendo um espaço de conexão entre realizadores, público, marcas e oportunidades de negócio.

A partir de seleções, criatives de diferentes áreas poderão ter acesso a formações interdisciplinares, com o objetivo de alavancar seus projetos e potencializar os seus negócios.

Pensado como um espaço onde a inovação e a arte são vivenciadas, praticadas e propagadas, o térreo da Casa MAR – localizada no bairro do Rio Vermelho, abriga um estúdio de podcast e espaço paisagístico; o primeiro andar traz um estúdio musical e galeria de arte; enquanto o segundo andar abriga um bistrô, coworking e espaço multiuso.

Toda estrutura da Casa MAR foi pensada para receber de forma completa, festivais de música e cinema, estreias de teatro, espetáculos de dança e festivais de gastronomia com todo o suporte para que esses eventos aconteçam e cheguem aos mais diversos públicos.

SOBRE A ALMA PRETA

A Alma Preta é uma agência de jornalismo especializada na temática racial, com o objetivo de construir um novo formato de gestão de processos, pessoas e recursos através do jornalismo qualificado e independente.

A história da agência começou em 2015 como um coletivo de universitários e comunicadores negros, que perceberam desde jovens a necessidade de produzir pautas antirracistas no Brasil. Desde então, ganharam notoriedade entre os veículos de comunicação e assumiram um caráter político na produção de conteúdo editorial por acreditarem que o trabalho tem o dever de informar, visibilizar e potencializar a voz da população negra.

Em seu site e redes sociais é possível encontrar reportagens, análises, coberturas de eventos, artigos opinativos e demais conteúdos jornalísticos em formato textual e audiovisual.