Alberto Oliveira

Até tu, Francisco?

O papa Francisco está provocando uma aglomeração sem precedentes

São de estarrecer as cenas de aglomeração provocadas pelo papa Francisco (que aparentemente deixou a máscara em Roma) no Iraque, sob o silêncio cúmplice da Imprensa no mundo.

O máximo a que a cobertura da viagem papal parece se permitir é timidamente assinalar o risco da viagem, menos pela propagação em larga escala do novo coronavírus e mais pelo fato de o país estar envolvido, nos anos recentes, em uma matança generalizada, fruto da violência de seitas que se espalham pela região.

O papa Francisco está provocando, por onde passa, uma aglomeração sem precedentes nesta segunda onda de Covid-19 no mundo, e em um país sem a menor condição de tratamento de saúde. 

A visita ao Iraque mostra um absoluto desprezo por todos os cuidados repetidos à exaustão, em especial o distanciamento e o uso de máscaras.

É um desserviço global à saúde pública, principalmente por ter como patrono um dos mais conhecidos e respeitados líderes religiosos: o chefe da Igreja Católica.

São uma vergonha a visita (pelo momento e da maneira como está sendo realizada) e a cumplicidade da Imprensa, que não a denuncia.

De maioria muçulmana (95% da população), o Iraque abriga apenas 5% de cristãos assírios, que vivem na região há cerca de dois milênios.

Estima-se que mais de 500 mil iraquianos morreram no auge da guerra que assolou o país, entre 2003 e 2011.