Dias destes um grupo de mães se retou e foi tomar o espaço defronte à Prefeitura, na Praça Municipal, de Salvador, Bahia, querendo porque querendo que o prefeito autorizasse a abertura das escolas particulares. O argumento era que os alunos estão ficando doidinhos, perderam o rumo, não sabem o que fazer sem a presença física dos professores.
Fiquei matutando: será que desta vez os pais irão reconhecer o valor dos professores? Tomara que sim. Mas, reconhecer o seu valor como educador, não como alguém que ajuda a família a passar o tempo como se fossem babás.
Na verdade, sei o que está acontecendo, pois tenho ouvido muita queixa de pais que não estão mais aguentando a rebordosa de estarem com seus filhos 24 horas ininterruptas, pois por causa da pandemia do Covid-19 não há como chamar a babá e muito menos mandar o filho para a casa dos avós. Tem de aguentar de qualquer jeito. E, pior seria se não fosse a tecnologia da internet que permite aos filhos ficarem perdidos e quietos enquanto jogam.
Os pais também argumentam que não estão dando conta de ajudar no aprendizado online dos filhos, pois, eles mesmos não entendem da metodologia e os rumos que as escolas adotaram neste complexo período da peste.
Os alunos – pelo que se percebe – perderam a percepção da sala de aula e também não conseguem bons resultados em termos de aprendizado.
Claro que o prefeito mandou dizer que nada pode fazer por enquanto, vez que existem protocolos firmados inclusive com o Governo do Estado.
Para falar a verdade os pais não estão aguentando os meninos e meninas exigindo atenção, querendo coisas que a pandemia não permite que se busque, sem sossego para coisas afins do casal, o mal-estar nas relações que tendem a deteriorar, e claro, quem tem hoje paciência de ensinar? Só quem tem vocação e ganha para isso. E olhe lá.
A pandemia pelo bem ou pelo mal terminou punindo os pais e dando um refresco para os professores. Muitos até se livraram de apanhar nas salas de aula. É verdade, vá me perdoando.