Brasil / Comportamento

83,2 milhões de brasileiros param com o isolamento social rigoroso

6,1 milhões de pessoas não fizeram qualquer tipo de restrição de contato

Foto: Mário Oliveira - Secom/Manaus
Dois milhões interrompem isolamento social na segunda semana de setembro

O número de pessoas rigorosamente isoladas como medida de contenção da pandemia de Covid-19 caiu em cerca de 2 milhões da primeira para a segunda semana de setembro, passando de 37,3 milhões para 35,3 milhões. Já o contingente dos que afirmaram ter reduzido o contato, mas continuaram saindo ou recebendo visitas aumentou em 2,5 milhões.

São 83,2 milhões de pessoas adotando esse comportamento mais flexível quanto ao distanciamento social. Os dados são da edição semanal da PNAD Covid19, divulgada pelo IBGE.

“O percentual de pessoas que informaram ter ficado rigorosamente em casa caiu significativamente, de 17,7% para 16,7%, enquanto aumentou o percentual daquelas que reduziram o contato mas continuaram saindo para trabalhar ou recebendo visitas”, destaca a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira.

A pesquisa estimou em 6,1 milhões o número de pessoas que não fizeram qualquer tipo de restrição de contato, uma estabilidade em relação à semana anterior. O grupo que ficou em casa e só saiu por necessidade básica também ficou estável. Ele representa 40,5% da população do país, totalizando 85,6 milhões de pessoas.

Estabilidade no mercado de trabalho

O cenário também foi de estabilidade na maioria dos indicadores do mercado de trabalho entre os dias 6 e 12 de setembro. “A população ocupada permaneceu estável, em 82,6 milhões de pessoas, após ter apresentado variações positivas nas últimas três semanas. A população desocupada também ficou estável”, afirma Maria Lucia. Com isso, a taxa de desocupação ficou em 14,1%.

Houve queda de 4,5% no número de pessoas que não procuraram trabalho mas gostariam de trabalhar, passando de 27,3 milhões para 26 milhões. Também diminuiu o contingente de pessoas que não procuraram trabalho devido à pandemia ou por falta de trabalho na localidade. Eram 17 milhões na primeira semana de setembro e passaram a ser 16,3 milhões.

Outro grupo que teve queda foi o de pessoas que, devido ao distanciamento social, foram afastadas do trabalho, passando de 3,4 milhões para cerca de 3 milhões. Já as pessoas que estavam trabalhando de forma remota foram estimadas em 8,2 milhões. “O percentual da população que vinha trabalhando remotamente permanece estável, na casa dos 10,7% nessas últimas três semanas”, diz a pesquisadora.

9,7 milhões tiveram algum sintoma de síndrome gripal

Em relação aos indicadores de saúde, a pesquisa aponta que 9,7 milhões de pessoas tiveram algum dos sintomas de síndrome gripal, como febre, tosse e dificuldade para respirar. O número, que representa estabilidade em relação à semana anterior, caiu quando comparado à primeira semana de maio, quando 26,8 milhões relatavam ter tido algum dos sintomas.

Na segunda semana de setembro, 23,6% daqueles que tiveram algum sintoma procuraram atendimento médico em estabelecimento de saúde, como pronto-socorro e hospitais públicos ou privados. Esse percentual também ficou estável frente à semana anterior.

Dos 2,3 milhões de pessoas que procuraram atendimento médico, 606 mil foram a hospital público, particular ou ligados às forças armadas. Desses, 108 mil foram internados, o que também representa estabilidade quando comparado à semana anterior.

O percentual de estudantes que tiveram atividades escolares em casa cresceu para 84,4%, totalizando 39 milhões. É o maior contingente desde que esse tema começou a ser levantado pela pesquisa, na semana de 28 de junho a 4 de julho. Dos 46,2 milhões de estudantes matriculados em escolas ou universidades na segunda semana de setembro, 14,7% não tiveram atividades escolares, queda de 1,1 ponto percentual frente à semana anterior.

A pesquisa também aponta que somente 25,5 milhões tiveram atividades escolares em cinco dias da semana, enquanto 858 mil tiveram em apenas um dia.