A loja Magazine Luiza abriu seleção para colocar apenas negros no próximo programa de trainees. A decisão da rede de varejo tem causado repercussão no Twitter.
Gente, estão abertas as inscrições p/ o Trainee 2021, o programa q forma as futuras lideranças do Magalu. Igualdade de oportunidades e a inclusão são duas das nossas mais importantes causas. E, por isso, neste ano será exclusivo para candidatos negros. Segue o fio pra entender + pic.twitter.com/rc4puiMEs8
— Lu do Magalu (em ??) (@magazineluiza) September 18, 2020
Internautas acusam a Magazine Luiza de "racismo reverso". A atitude da empresa abriu uma batalha nas redes sociais entre os que elogiam a medida e aqueles que acusam a Magalu de "discriminação contra brancos", usando a hashtag #MagazineLuizaRacista.
Não compre de empresas que promovem o racismo fingindo combatê-lo. #MagazineLuizaRacista pic.twitter.com/sbmXnxSogx
— Cassius Henriques (@CassiusHenriqu4) September 20, 2020
#MagazineLuizaRacista desisntalando o App de vcs em 3,2,1, acho q por ser branco n poderei ser seu cliente tbm, me desculpe por isso. E olha aí como começa a segregação de uma nação...
— vitor hugo (@T_virus_BR) September 20, 2020
#MagazineLuizaRacista
— Jacheto (@jachsva) September 20, 2020
Racismo ao contrário ainda é racismo, temos que parar de ser racistas, e não ser racistas pelo outro lado, simples.
Essa hashtag não é por dó dos brancos e sim pelo modo errado como estão resolvendo o problema do racismo.
Racismo não se combate com racismo.
#MagazineLuizaRacista
— realidade (@kabeloomelhor) September 20, 2020
Empresa bosta querendo promover a segregação racial e lacrar esses lixos, negros e brancos são a mesma coisa
Trainee divide opiniões
Entre os críticos, estão o vice-líder do governo na Câmara, deputado Carlos Jordy. O deputado afirmou que está entrando com representação no Ministério Público contra a empresa para que seja apurado crime de racismo.
A Magalu respondeu ao deputado pelas redes sociais dizendo que a empresa tava tranquila sobre a legalidade do programa.
O deputado replicou afirmando que a situação prejudicava pessoas não negras: "ações afirmativas, tais como cotas, existem e são até previstas em lei para ingresso no ensino e serviço público, apesar de discordar frontalmente de cotas raciais. Porém, a ação da @magazineluiza não se trata de uma ação afirmativa mas de impedir a contratação de pessoas não negras".
Estamos absolutamente tranquilos quanto a legalidade do nosso Programa de Trainees 2021. Inclusive, ações afirmativas e de inclusão no mercado profissional, de pessoas discriminadas há gerações, fazem parte de uma nota técnica de 2018 do Ministério Público do Trabalho.
— Lu do Magalu (em ??) (@magazineluiza) September 19, 2020
Sérgio Camargo, o presidente da Fundação Cultural Palmares, concorda com a opinião dos internautas e diz que a loja comete racismo. "Magazine Luiza terá que instituir Tribunal Racial no seu RH para evitar que pardos e brancos consigam fraudar o processo seletivo que é exclusivo para pretos. Portanto, terá que fazer a análise do fenótipo dos candidatos, prática identificada com o nazismo."
A deputada federal Benedita da Silva (PT) compartilhou a informação da Agência Estadão em sua conta na rede social e frisou que a loja de varejo tem 53% de pretos e pardos em seu quadro de funcionários, no entanto, apenas 16% deles ocupavam cargos de liderança.