O patrimônio simbólico afro-brasileiro da Bahia com o recorte das festas populares é o tema da próxima live do projeto Espelho de Festa. A iniciativa, atualmente em duas redes sociais– Instagram e Facebook – promove discussões sobre as festas da Bahia em variadas perspectivas. E, amanhã (11), às 18h, traz como primeira artista convidada, a cantora Margareth Menezes.
O Espelho de Festa é inspirado na tese de doutorado em antropologia pela Ufba da jornalista Cleidiana Ramos – que entrevista os convidados –, que foi ampliado e repaginado pela jornalista e mestra em cultura e sociedade, Camilla França e as publicitárias Fernanda Campos e Mirtes Santa Rosa. "As festas da Bahia são muito mais amplas do que ir para a rua. Memórias, construções de narrativas inclusive sobre a própria cidade e estado, economia, conflitos étnicos-raciais e sociais ", explica Cleidiana.
Intitulada Festa de Verão em Salvador- um estudo antropológico a partir do acervo documental do jornal A Tarde, a tese teve orientação da professora Fátima e analisou uma coleção de 2670 fotografias e 6.990 pdfs de reportagens entre 1912 e 2016 (104 anos). A análise mostra como Salvador difunde e administra a identidade festiva a partir de diversos agentes que colaboram para manter em atividade esse patrimônio.
Os canais entraram no ar no mês passado, se adequando ao ciclo de festas dedicadas a santos e divindades do candomblé relacionados à cura para problemas de saúde- São Roque, Azoany, Kavungo, Omolu e Obaluiê. Os conteúdos abordam como esse ambiente festivo é amplo e crucial para vários segmentos, inclusive os mercados de bebidas, alimentos e turismo, o que podemos definir como “indústria da festa”.
A primeira live ocorreu, no último dia 21, com o professor da Ufba e doutor em antropologia Ordep Serra, autor de “Rumores de Festa”, uma obra sobre as festas de Salvador, inclusive o Carnaval. No dia 31 do mês passado, foi a vez do produtor cultural Albino Apolinário que, há 20 anos, promove a Caminhada Azoany no dia da Festa de São Roque, 16 de agosto, e que esse ano passou por adaptação durante a pandemia.