A pandemia poderá causar a morte de mais de 10 mil crianças, por mês, em todo o mundo, ainda este ano. A conclusão é de um novo estudo publicado na revista cientifica The Lancet.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, Tedros Ghebreyesus, disseque o estudo foi realizado pelos maiores especialistas mundiais em nutrição.
Crianças
Em Harare, Zimbabué, mãe solteira depende da ajuda das agências da ONU para se alimentar e ao seu filho durante a pandemia, PMA/Claire Nevill
Tedros contou que “alimentos, serviços sociais e sistemas econômicos foram prejudicados pela pandemia.” Além disso, fechamento de escolas, restrições comerciais e bloqueios de países estão sendo arrasadores para comunidades que já enfrentavam dificuldades.
O chefe da agência afirmou, no entanto, que essa “é uma tragédia que pode ser evitada.”
A OMS está fazendo um apelo junto com o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, a Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO, e o Programa Mundial de Alimentos, PMA. As quatro agências estão pedindo US$ 2,4 bilhões para proteger essas crianças.
Para Tedros, a comunidade global “deve agir agora para evitar as consequências arrasadoras da fome e da desnutrição a longo prazo.”
Iniciativas
O diretor-geral da OMS também fez uma atualização sobre os esforços para acelerar o desenvolvimento e a distribuição de vacinas, diagnósticos e tratamentos, usando a ferramenta Acelerador ACT, que lançada em abril.
Desde o lançamento, a OMS focou em três áreas principais: áreas técnicas para desenvolver produtos de saúde, financiamento inicial e garantia de um acesso equitativo e distribuição eficaz.
Até esta quinta-feira, mais de 16,8 milhões de casos de Covid-19 foram relatados à OMS em todo o mundo. Mais de 662 mil pessoas perderam a vida.
Grandes epidemias
Metade de todos os casos está nos três principais países com o maior número de casos: Estados Unidos, Brasil e Índia. Metade de todas as mortes se concentra nos quatro países mais afetados pela Covid-19: Estados Unidos, Brasil, Índia e Rússia.
Embora esta seja uma pandemia global, nem todas as nações estão enfrentando grandes surtos não controlados
Tedros disse que “embora esta seja uma pandemia global, nem todas as nações estão enfrentando grandes surtos não controlados.”
Ele lembrou que as medidas para salvar vidas permanecem as mesmas. Onde elas são praticadas, os casos diminuem.
O chefe da agência também deixou uma mensagem para os Estados-membros que enfrentam grandes epidemias, dizendo que “nunca é tarde demais.” Segundo ele, “até grandes epidemias podem ser revertidas.”
Neste 30 de julho, a OMS marca seis meses da declaração da Covid-19 como uma “emergência de saúde pública internacional.”
Para Tedros, a crise “está mostrando que a saúde não é uma recompensa pelo desenvolvimento, mas sim a base da estabilidade social, econômica e política.”