Alberto Oliveira

Turismo agoniza em Salvador

São perdas que se espraiam pela cadeia de fornecedores e prestadores de serviços


Farol da Barra, em Salvador (deserto) - Foto: Romildo de Jesus

Hotelaria, bares, restaurantes, agências de viagens e de receptivos viram suas receitas se tranformarem em pó, nos últimos 2 meses pelo menos, em Salvador.

As companhias aéreas se preparam para ampliar as rotas a partir de julho, mas a malha nacional ainda patina próxima a 15% do número de voos registrados antes da pandemia.

O setor de eventos sofre com as restrições impostas pelas autoridades locais. O distanciamento social impede uma retomada consistente das atividades.

Em Salvador, os hotéis amargam prejuízos milionários. Veja-se o exemplo das unidades Ibis e Mercure, no bairro do Rio Vermelho. O prejuízo mensal, no caso do Ibis, supera o meio milhão de reais; no caso do Mercure, aproxima-se dos R$ 900 mil.

São perdas que se espraiam pela cadeia de fornecedores e prestadores de serviços, cujos contratos foram suspensos ou cancelados.

Os funcionários dos hotéis acabaram colocados em férias ou demitidos.

No Ibis, 59% dos funcionários perderam o emprego e 45% dos funcionários do Mercure. A equipe atual está com suspensão de contrato de trabalho ou redução de jornada.

A reabertura do hotel Mercure Rio Vermelho deverá ocorrer apenas em meados de julho, enquanto a do Ibis Rio Vermelho ficará para setembro.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em abril, a atividade turística no País encolheu 54,5% comparada com março, na maior retração dos últimos 9 anos.

As 12 unidades da federação registraram retração, com destaque para São Paulo (-52,0%), Rio de Janeiro (-52,7%), Minas Gerais (-49,4%) e Bahia (-63,1%).

O setor de serviços recuou 11,7% em abril, na comparação com março, no terceiro recuo consecutivo, o mais intenso desde janeiro de 2011. 

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Sem crise
As vendas por comércio eletrônico mais que dobraram (165,77%) em maio de 2020, comparadas com as do mesmo mês de 2019

O faturamento do setor, no mesmo período, também teve crescimento: 158,32%.

Os dados são do índice MCC-ENET, levantamento desenvolvido pelo Comitê de Métricas da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) em parceria com o Movimento Compre & Confie.

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Quem vendeu mais

O Nordeste liderou as vendas online, no período de maio, ante o mesmo mês do ano anterior.

Na sequência, apareceram: Sudeste (145,39%), Norte (142,04%), Centro-Oeste (109,38%) e Sul (89,49%).

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A nova economia

107 mil novas lojas online foram criadas no Brasil, entre 23 de março e 31 de maio,  É mais de um novo e-commerce aberto por minuto durante o período de pandemia.

As informações são da Abcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico),

Antes da quarentena, a média de abertura de lojas online por mês era de 10 mil estabelecimentos.

Entre os setores com maior crescimento, estão moda, alimentos e serviços.