Comportamento

Como os solteiros estão se relacionando na quarentena

Pesquisa revela que padrão tradicional do primeiro encontro mudou

Foto: pxhere/Creative Commons
Os solteiros têm utilizado muito as chamadas de vídeo

Em uma rotina até então marcada pelo imediatismo, a pandemia chegou para desacelerar e, para os brasileiros, o isolamento social serviu para aguçar a criatividade na hora da conquista. É o que revela o aplicativo de relacionamentos The Inner Circle, que realizou uma pesquisa com 1 mil brasileiros, solteiros e abertos a um relacionamento.

O estudo O Cenário dos Encontros analisou profundamente como as pessoas solteiras estão se sentindo e se comportando enquanto navegam neste novo território das paqueras, e apontou que, mesmo à distância, homens e mulheres continuam otimistas e animados quando o assunto é a busca por um amor.

Enquanto as mensagens de texto ainda dominam na hora da sedução, tendo os chats dos aplicativos de relacionamento (65%) e o WhatsApp (56%) como principais ferramentas, os brasileiros também têm utilizado as chamadas de vídeo (44%) e as ligações telefônicas (30%) para manter a chama da paquera acesa.

Na região centro-oeste (54%), por exemplo, os solteiros são grandes fãs da vídeo-chamada, já os da região norte (26%) ainda preferem trocar mensagens.

Os homens também são mais abertos as chamadas de vídeo do que as mulheres: 36% deles já tiveram encontros desta forma durante a quarentena, enquanto entre as mulheres o percentual é de 28%. Elas explicam que a principal razão é "não se sentirem confortáveis com o seu uso" (66%). Como era de se esperar, os mais jovens, entre 18 e 34 anos são os mais ativos (37%) com a tecnologia de vídeo, seguidos pela faixa etária entre 35 e 54 anos (26%). Já a turma dos 55+ são os que menos utilizam esse recurso, com apenas 15% de adeptos.

Encontros à distância

Embora os brasileiros tenham menos encontros agora, eles definitivamente ainda estão se relacionando. Ao contrário de solteiros em outras partes do mundo que estão achando sem sentido paquerar durante a pandemia, os brasileiros vêm achando isso interessante (26%) e divertido (24%).

No Reino Unido, onde a pesquisa também foi aplicada, os ingleses estão menos animados. 33% disseram que os encontros agora não são prioridade e 20% acreditam que a paquera virtual é desafiadora, e realmente pode ser, afinal como manter o contato com o match sem a previsão de um encontro cara a cara?

"Os brasileiros costumam ser mais abertos a paquera e nosso estudo provou que eles continuam com o mesmo sentimento, mesmo durante a quarentena. A tecnologia é uma importante aliada neste momento e pode ajudar os solteiros a se conectarem de verdade e encontrarem um amor enquanto ainda estão em casa", comenta David Vermeulen, fundador e CEO do The Inner Circle.

Sem a possibilidade de contato humano imediato e com um foco renovado em conversar, três em cada cinco (76%) solteiros brasileiros acreditam que a Covid-19 fez as pessoas se preocuparem mais em encontrar uma conexão e quase a metade (46%) acha que isso ajudou a combater o mau comportamento nos encontros. 46% das mulheres também disseram que, com o relacionamento online, não há pressão para que o encontro aconteça logo, o que lhes dá mais tempo para criar intimidade com o novo crush. Graças a isso, homens (36%) e mulheres (40%) afirmaram que agora têm conversas mais significativas, e acreditam que as pessoas estão, em geral, mais simpáticas (27%).

Prova de que os novos encontros virtuais estão realmente sendo levados a sério é que dois em cada cinco (42%) solteiros estão otimistas que é possível encontrar um parceiro de longo prazo durante a crise, apesar de o ânimo ser maior entre os mais jovens. 33% das pessoas na faixa etária de 18 a 34 anos admitiram que é provável, mesmo que pouco, que eles criem vínculos com um match em um aplicativo de relacionamento durante o distanciamento social.

Eles também estão mais carentes com a solidão e disseram que a pandemia fez com que quisessem mais um parceiro(a) do que queriam anteriormente (35%). Já entre os brasileiros mais maduros, a expectativa de encontrar um amor verdadeiro é um pouco menor, 26% entre 34-54 anos e 22% para quem tem mais de 55 anos.

Por outro lado, uma coisa é certa: encontros reais não vão faltar quando a quarentena finalmente terminar. Oito em cada 10 (81%) solteiros que estão trocando mensagens com alguém durante a pandemia acreditam que eles vão sim seguir com o date após o isolamento.