Nordeste / Saúde

Governadores do Nordeste decidem manter isolamento

Gestores publicaram carta conjunta após pronunciamento de Bolsonaro

O governador da Bahia, Rui Costa

Em carta pública divulgada nesta quarta-feira (25 de março), os nove governadores do Nordeste disseram que manterão as medidas de isolamento social, incluindo restrição de comércio e outros setores, como forma de combater a disseminação do novo coronavírus covid-19.

“Vamos continuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência seguindo orientações de profissionais da saúde, capacitados para lidar com a realidade atual. Vamos manter as medidas preventivas gradualmente revistas de acordo com os registros informados pelos órgãos oficiais de saúde de cada região", disseram, na carta.

Eles também comentaram o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro em rede nacional de rádio e televisão, que foi ao ar na noite de ontem (24). Na ocasião, o presidente disse que as autoridades devem evitar medidas como a proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa.

"Ficamos frustrados com o posicionamento agressivo do presidente da República, que deveria exercer seu papel de liderança e coalizão em nome do Brasil". Segundo a carta dos governadores do Nordeste, a prioridade é cuidar da saúde da população, mas administrando os impactos na economia.

"A decisão prioritária é a de cuidar das vida das pessoas, não esquecendo da responsabilidade de administrar a economia dos estados. É um momento de união, de se esquecer diferenças políticas e partidárias. Acirramentos só farão prejudicar a gestão da crise", afirma o documento.

A carta é assinada pelos governadores Rui Costa (Bahia), Flávio Dino (Maranhão), Wellington Dias (Piauí), Renan Filho (Alagoas), João Azevedo (Paraíba), Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte), Camilo Santana (Ceará), Paulo Câmara (Pernambuco) e Belivaldo Chagas (Sergipe).

Governo pede apoio de prefeitos

A ministra da Agricultura, Teresa Cristina, e o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Galdemir Aroldi, se reuniram nesta quarta-feira (25), por videoconferência, para acertar medidas que garantam o abastecimento de produtos essenciais. O secretário-executivo adjunto do Ministério da Infraestrutura, Rodrigo Otávio da Cruz, também participou da reunião.

"A ideia é estreitar o diálogo com os prefeitos, a exemplo do que vem sendo feito com os estados, com a criação do Conselho Nacional dos Secretários de Transporte. O Ministério da Infraestrutura já conseguiu o consenso com os 26 estados e o Distrito Federal para garantir a livre circulação de cargas nas estradas e a manutenção de serviços essenciais", informou a pasta, em nota.  

Nos próximos dias, o Conselho Nacional dos Secretários de Transporte deve publicar um texto regulamentando medidas no transporte rodoviário de passageiros. 

De acordo com a CMN, a ministra Teresa Cristina pediu apoio dos representantes dos municípios para orientar os gestores locais nas ações que podem ser feitas para evitar o desabastecimento de alimentos nas cidade, especialmente em relação à safra de grãos, que será colhida os próximos meses.