Educação

Fechamento parcial da UFBA causa revolta entre alunos e professores

De acordo com nota divulgada pela UFBA, o objetivo é reduzir custos de água e energia elétrica

Foto: Divulgação

O professor e ex-dirigente da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Luiz Rogério Leal, se posicionou contra a decisão da instituição, que anunciou o fechamento parcial no período de 08 de julho a 02 de agosto (meio expediente, de 7h30 a 13h30). 

A medida causou revolta entre alunos e até professores da instituição. De acordo com nota divulgada pela UFBA, o objetivo é reduzir custos de água e energia elétrica. Mas para o professor Luiz Rogério, que já foi vice-reitor da universidade, essa medida é desnecessária, pois no período de recesso de aulas já se tem naturalmente significativa redução das despesas com água, energia, telefone, manutenção e materiais de consumo em geral. "A medida pode sinalizar para a sociedade que mantém a Universidade com o pagamento de impostos, que a UFBA deu recesso coletivo para servidores públicos com pagamento integral de salários em total desconexão com as demandas da sociedade brasileira quanto a austeridade no uso dos recursos públicos”, manifestou Luiz em sua rede social.

“Essa decisão de fechar as portas da universidade também pode parecer para as pessoas que a universidade é uma escola comum e que quando não tem aula não precisa de recursos para manter as atividades de pesquisa e extensão”, completou o professor Luiz Rogério.
Prejudicado com a medida, Nuno Manuel Martinho Vieira, que é de Portugal e está fazendo doutorado em Salvador, também falou sobre o assunto. 

“A UFBA é o meu lugar de trabalho. É na universidade que faço minha pesquisa e minhas disciplinas, é o local onde realmente organizo a minha vida acadêmica. Eu faço pós-graduação, doutorado, e preciso me dedicar a essa pesquisa no mínimo 8 horas por dia na UFBA. Meu trabalho é tempo integral. Essa medida é desnecessária, não acho que uma quantidade mínima de pessoas que utiliza a universidade aos finais de semana e durante as férias, prejudique significativamente o orçamento da UFBA. Não estou trabalhando e não posso trabalhar por causa dessa medida, na minha opinião, ridícula”.

Unidades universitárias da UFBA, como a congregação do Instituto de Geociências também vem se manifestando contrárias à Portaria da Reitoria que estabelece o fechamento parcial com novo horário de funcionamento da universidade.