Os resultados alcançados pelo Pix neste ano (até 30 de setembro) já ultrapassaram as estatísticas alcançadas pela ferramenta em todo o ano de 2023. Já foram feitas 45,7 bilhões de transações totalizando R$ 19,1 trilhões.
Ao longo de quatro anos de funcionamento, o Pix se consolidou como o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros. Segundo dados do Banco Central, de 16 de novembro de 2020, data em que começou a funcionar no país, até o último dia 30 de setembro foram 121,5 bilhões de transações feitas no sistema financeiro nacional, com valores transacionados atingindo R$ 52,6 trilhões.
“O Pix foi uma agenda emblemática do Banco Central, algo histórico, e que se somou a outras importantes mudanças que o setor bancário já introduziu no dia a dia das pessoas ao longo dos anos, como os tokens, a internet banking, biometria e o mobile banking. É um sucesso nacional e um exemplo internacional”, avalia Isaac Sidney, presidente da Febraban.
No último mês de outubro, o Banco Central registrou que os brasileiros tinham 805,6 milhões de chaves cadastradas, sendo que 766,3 milhões são de pessoas físicas, ou 95%. Quarenta e oito por cento (48%) do número de transações do Pix são feitas de pessoa para pessoa. Ainda de acordo com dados de outubro, 44% das transações são iniciadas pela chave Pix . E 160,5 milhões de pessoas físicas já fizeram um Pix.
Novas funcionalidades
E, neste aniversário de 4 anos, o Pix ganhou três novas funcionalidades para trazer maior facilidade e conveniência aos brasileiros em suas transações do dia a dia.
No final de outubro, começou a funcionar de forma obrigatória o Pix agendado recorrente para 863 participantes do ecossistema (entre bancos, instituições de pagamento etc) , que permite pagamentos regulares de mesmo valor para cair na conta do recebedor sempre no mesmo dia de cada mês.
Desde 1º de novembro, o Pix também ganhou novas regras para dar mais segurança em suas transações, com mudanças para o cadastramento de novos dispositivos usados por clientes em suas transações. Desde a data, o cliente que trocar de celular ou computador terá um limite de R$ 200 por operação, ou R$ 1 mil por dia. Para elevar esses limites, será necessário cadastrar o novo aparelho em suas instituições financeiras.
O objetivo da medida foi reduzir a probabilidade de fraudadores usarem dispositivos diferentes daqueles utilizados pelo cliente para gerenciar chaves e iniciar transações Pix.
E no último dia 4 de novembro foi anunciado o Pix por aproximação, que possibilita o usuário fazer pagamentos sem utilizar o aplicativo de sua instituição financeira, utilizando uma carteira digital. A funcionalidade é disponibilizada por empresas por meio de contratos bilaterais e a sua oferta ao usuário final depende de iniciativas dos agentes de mercado.
Agora, o usuário que quiser utilizar um dispositivo ainda não cadastrado para a realização de transações Pix – por exemplo, quando troca de celular ou de computador – terá que cadastrá-lo na instituição em que possui conta. Caso contrário, cada operação estará limitada a R$ 200, até o limite de R$ 1 mil por dia.
Para realizar transações com valores maiores, basta registrar o novo dispositivo no aplicativo de sua instituição. O processo é rápido e fácil, garante o chefe do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro (Decem) do BC, Ricardo Mourão.
"O usuário deve procurar a opção para fazer o gerenciamento de dispositivos no aplicativo da sua instituição de relacionamento e solicitar o cadastro do novo dispositivo. Cada instituição possui seu próprio procedimento de cadastro, então basta seguir as instruções fornecidas durante o procedimento. Após finalizado o cadastro, as transações naquele dispositivo poderão ser realizadas considerando o limite originalmente estabelecido pela instituição para o cliente, com toda a comodidade e segurança proporcionadas pelo serviço", disse Mourão.
Para que o cadastro de dispositivo seja realizado com toda a segurança, será exigida autenticação em dois fatores para evitar tentativas de cadastramento por um fraudador caso ele tenha acesso indevido à senha do usuário. Esse novo procedimento foi discutido no Grupo Estratégico de Segurança (GE-Seg) do Fórum Pix, que reúne especialistas em segurança do BC e do mercado, o que demonstra o comprometimento de todo o sistema com o mais alto nível de segurança no Pix.
O principal objetivo da nova regra é diminuir os golpes em que o agente malicioso consegue obter as informações de senha dos cidadãos. Geralmente, isso acontece por meio de engenharia social, como o golpe da falsa central telefônica, em que o fraudador finge ser um funcionário de um banco e consegue extrair a informação de senha, com a qual ele realiza transações Pix a partir de qualquer dispositivo.
Com a nova medida, para realizar transações via Pix acima de R$ 200 em um dispositivo que ainda não tenha sido usado pelo usuário, será necessário cadastrar o aparelho previamente. Isso impede que golpistas façam Pix de alto valor, mesmo que tenham a senha do usuário.
Outra dica importante: ao deixar de utilizar um dispositivo para transações Pix, por qualquer motivo, o usuário não deve se esquecer de descadastrá-lo também na opção de gerenciamento de dispositivos no aplicativo do seu banco. Com esse procedimento, as transações nesse dispositivo passam a contar com os limites transacionais mais restritos aplicáveis a dispositivos não cadastrados.
Ricardo Mourão reitera que essas mudanças são para celulares, computadores, tablets e demais aparelhos que nunca foram utilizados para transações Pix em uma determinada conta. Para aqueles que já foram usados no âmbito do serviço criado pelo BC, nada muda.
Dicas para evitar golpes no PIX
Futuro
Para 16 de junho de 2025, está prevista a entrada em vigor do Pix Automático, mecanismo que irá facilitar cobranças e poderá ser utilizado como forma de recebimento por empresas de diversos segmentos, entre elas, concessionárias de serviço público, escolas, faculdades, academias, condomínios, clubes sociais, planos de saúde, serviços de streamings, portais de notícias, clubes por assinatura e empresas do setor financeiro.
Mediante autorização prévia pelo próprio celular, o usuário permitirá os débitos periódicos de forma automática, sem a necessidade de autenticação a cada transação.
De acordo com o Banco Central, o Pix Automático e Pix Agendado recorrente têm diferenças que os tornam complementares, embora ambos atendam a casos de uso relacionados a pagamentos periódicos.
No Pix Automático, as instruções de pagamento são sempre fornecidas pelo usuário recebedor, que deverá ser necessariamente pessoa jurídica, mediante autorização prévia do usuário pagador.
E no Pix Agendado recorrente, as instruções de pagamento são sempre fornecidas pelo próprio usuário pagador, que poderá ter como destinatário pessoa física ou pessoa jurídica.
“As operações do Pix continuam em ascensão e batem consecutivos recordes. As novas funcionalidades deverão atrair ainda mais brasileiros para a ferramenta, dentro de sua vocação de impulsionar a bancarização e a inclusão financeira no país”, avalia Ivo Mósca, diretor de Inovação, Produtos e Serviços da Febraban.
Como ter de volta o dinheiro do PIX