O deputado federal reeleito Jean Wyllys (PSOL-RJ) avisou que está deixando o Brasil.
Em entrevista para Folha, Wyllys afirmou que irá abrir mão do mandato conquistado nas eleições do ano passado devido a quantidade de ameaças que recebe.
Desde o assassinato da vereadora Marielle Franco, Wyllys vive sob escolta policial.
Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé! ? https://t.co/Xy6SyDNXDy pic.twitter.com/Tf6SGmZFHq
— Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) 24 de janeiro de 2019
“Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário. O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim”, disse.
Wyllys está fora do Brasil e afirma que não irá retornar. “Como é que eu vou viver quatro anos da minha vida dentro de um carro blindado e sob escolta?”, questionou.
O deputado Jean Willys havia postado vídeo na internet ameaçando cuspir de novo em Bolsonaro e afirmando que repetiria tudo o que disse e fez. E encerrava o vídeo dizendo: "Eu sou resistência, meu nome é resistência".
Ele foi o primeiro parlamentar assumidamente gay a defender a causa LGBT no Congresso Nacional. Ele alcançou projeção nacional após vencer o reality show Big Brother Brasil, da TV Globo.
Em sua conta do Twitter, o deputado federal fixou um post de abril de 2018 com um vídeo mostrando ameaças de morte a ele pelas redes sociais, além de acusações de pedofilia e pornografia infantil. O vídeo também associa a vereadora carioca assassinada, Marielle Franco, do mesmo partido de Jean, como personalidade política que também sofreu ameaças de morte.
Em resposta, o presidente Jair Bolsonaro postou em seu perfil no Twitter a mensagem "Grande dia!". Seu filho, o vereador do Rio, Carlos Bolsonaro, escreveu "Vá com Deus e seja feliz!". Por outro lado, políticos de partidos de esquerda têm mostrado apoio a Jean em suas postagens.
Vá com Deus e seja feliz! ??
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) January 24, 2019
Com a renúncia, assume seu suplente, David Miranda, marido do jornalista Glenn Greenwald.