
O Nordeste do país registrou mais de 1,1 milhão de empresas inadimplentes em agosto.
A Bahia se destacou com o maior volume absoluto (353.652), seguida por Pernambuco (221.433) e Ceará (191.488). Alagoas apresentou a maior taxa de inadimplência proporcional do país, enquanto Sergipe e Piauí ficaram com os menores volumes.
O avanço da inadimplência entre as empresas brasileiras vai além do recorde de 8,1 milhões de CNPJs negativados em agosto – o maior número desde o início da série histórica do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian, primeira e maior datatech do país.
O impacto também se reflete nas finanças dessas companhias: no período, a dívida média totalizou R$ 24.631,20, um aumento de 13,6% em relação a agosto de 2024.
Cada empresa inadimplente acumula, em média, 7,4 contas em atraso, com um ticket médio por compromisso financeiro vencido de R$ 3.339,10.
Para Camila Abdelmalack, economista da Serasa Experian, os dados refletem um cenário de crédito mais restritivo e crescentes pressões sobre o caixa das empresas.
A economista da datatech, Camila Abdelmalack, explica que esse aumento no ticket médio ocorre por uma combinação de fatores. “As altas taxas de juros deixam a negociação mais cara e mais difícil, assim como um ambiente mais restritivo por conta do volume recorde de inadimplentes, fechando assim um ciclo que complica a recuperação do crédito e a saída da inadimplência por essas empresas”, finaliza.
Em relação aos setores das dívidas negativas, o maior volume de negativações ficou em “Serviços” (31,9%) e no setor financeiro – que inclui “Bancos e Cartões” e “Financeiras” (23,4%).
As Micro, Pequenas e Médias Empresas seguiram, em agosto, sendo as mais impactadas pela inadimplência no país, segundo o indicador da datatech, representando 7,7 milhões do total de 8,1 milhões de CNPJs. Juntas, concentraram o volume de 55,2 milhões de dívidas negativadas que somaram R$ 179,8 bilhões.
Em números absolutos, os estados do Sudeste concentraram o maior volume de inadimplidos, (total de mais de 4,3 milhões), pela região Sul (mais de 1,3 milhão) e a Nordeste (ultrapassou a marca de 1,2 milhão). O Centro-Oeste (707 mil) e o Norte (481 mil) foram os com menor volume de companhias no vermelho.