
A Secretaria da Saúde da Bahia descartou dois casos suspeitos de intoxicação por metanol, após exames laboratoriais e investigações técnicas.
Durante reunião realizada na sede da Sesab, no Centro Administrativo da Bahia, a secretária estadual da Saúde, Roberta Santana, confirmou que os dois casos investigados não configuram intoxicação por metanol. A constatação foi feita após análises laboratoriais e atuação conjunta de diferentes órgãos.
O primeiro caso, em Feira de Santana, envolveu uma morte, mas o laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT) não identificou a presença da substância. No segundo, registrado em Salvador, uma jovem de 23 anos atendida em uma UPA apresentou melhora clínica, ausência de acidose e ingestão de bebida com procedência regular, o que também levou ao descarte da suspeita.
Segundo Roberta Santana, uma sala de situação foi criada a pedido do governador Jerônimo Rodrigues para integrar ações entre as áreas de saúde, segurança pública e agricultura. A estratégia inclui três frentes: investigação e monitoramento de casos, manejo clínico dos pacientes e intensificação da fiscalização, em parceria com a Polícia Civil e outras instituições.
Participaram da reunião representantes do DPT, Polícia Civil, Procon-BA, Decon, Cosems-BA, Cievs-BA, Ciatox-BA e Ministério da Agricultura, além dos secretários Felipe Freitas (Justiça e Direitos Humanos) e Marcelo Werner (Segurança Pública), este último por videoconferência. O encontro buscou alinhar protocolos e medidas para ampliar a proteção da população.
A Sesab mantém um fluxograma padronizado para lidar com suspeitas de intoxicação por metanol. O protocolo, validado por centros de toxicologia e vigilância, determina orientações para coleta laboratorial específica, acionamento imediato do Ciatox-BA e início precoce do tratamento com antídotos, como etanol farmacêutico ou fomepizol. Também prevê hemodiálise em casos graves.
Além disso, o documento destaca a necessidade de suporte clínico intensivo, acompanhamento neurológico e oftalmológico, e comunicação entre unidades de saúde e a Central Estadual de Regulação. A medida vale para toda a rede hospitalar, incluindo unidades públicas, privadas e filantrópicas.
No campo da fiscalização, o secretário Felipe Freitas afirmou que o Procon-BA ampliou operações para combater a venda de bebidas adulteradas. Ele ressaltou a importância da colaboração da população, tanto na denúncia quanto na recusa ao consumo de produtos suspeitos. A iniciativa conta com o apoio do Ministério Público e entidades do setor.
Fábio Rodrigues, superintendente do Ministério da Agricultura na Bahia, alertou que a produção artesanal de bebidas precisa seguir exigências legais, como o registro junto ao órgão federal. A medida visa garantir a rastreabilidade e segurança dos produtos comercializados.
No sábado (4), a Bahia recebeu 90 ampolas de etanol farmacêutico enviadas pelo Ministério da Saúde. O antídoto é utilizado em casos de intoxicação por metanol e pode demandar até 30 ampolas por paciente, o que torna o envio estratégico para o estado.
Roberta Santana destacou que a ação tem caráter preventivo e reflete a capacidade de resposta do sistema estadual. Segundo ela, a Bahia está preparada para atuar de forma rápida, articulando diferentes órgãos para garantir a segurança da população.