
O Brasil registrou 1.187 mortes maternas durante a gestação, no parto ou até 42 dias após o nascimento do bebê em 2024, segundo dados preliminares do Ministério da Saúde.
A maioria dessas mortes foi causada por hipertensão (como pré-eclâmpsia e eclâmpsia), hemorragias, infecções e complicações no parto, que poderiam ser evitadas caso tivessem atendimento rápido e cuidados adequados desde o pré-natal.
Em 2024, a região Nordeste registrou 374 mortes maternas, das quais 93 ocorreram na Bahia.
A falta de assistência qualificada durante a gestação e o parto também acabam afetando diretamente a sobrevivência e a saúde dos recém-nascidos. Muitas crianças perdem a vida ou enfrentam complicações graves, porque suas mães não tiveram acesso a um acompanhamento ou não receberam atendimento assertivo em situações de risco.
E, este ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) traz em sua campanha para o Dia Mundial da Segurança do Paciente, a ser celebrado nessa quarta-feira (17 de setembro), os cuidados seguros para os recém-nascidos e crianças, reforçando a importância de prevenir riscos evitáveis desde o início da gestação.
No mundo, dados recentes da OMS revelam que ocorram cerca de 287 mil mortes maternas por ano, a maioria concentrada em países de baixa e média renda.
A mortalidade materna enfrenta desafios para atingir a meta 3.1 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O foco é alcançar uma taxa global de mortalidade materna abaixo de 70 por 100 mil nascidos vivos até 2030.
Segundo a gerente de Operações da ONA (Organização Nacional de Acreditação, entidade sem fins lucrativos que desenvolve e gere os padrões de qualidade e segurança para serviços de saúde no Brasil), Gilvane Lolato, a maioria das mortes maternas são evitáveis. “O cuidado começa no primeiro atendimento da gestação até o pós-parto e cada etapa exige atenção qualificada e protocolos bem definidos."
Mortalidade infantil no Brasil
O Brasil registrou, em 2024, o menor número de mortes fetais e infantis. Foram 35.450, em comparação aos 37.952 de 2023 e aos 38.540 de 2022.
As principais causas de mortes em crianças são: síndrome da morte súbita na infância, fatores maternos (características da mãe como idade e estilo de vida) e perinatais (eventos que possam ocorrer durante a gravidez, parto e pós-parto), asfixia, infecções, desnutrição, anemias nutricionais, doenças imunizáveis, malformações congênitas, e causas externas — muitas vezes podem ser evitadas com uma assistência adequada, fortalecimento da atenção básica e cuidados hospitalares de qualidade.