
Uma pesquisa inédita encomendada pela Royal Canin® traz informações exclusivas sobre a alimentação dos animais domésticos e o impacto em sua saúde e bem-estar.
O estudo aponta que grande parte dos tutores entrevistados, cerca de 48,6%, já ofereceram comida humana aos seus animais. Entre os alimentos mais fornecidos estão os cozidos (50,62%), vegetais (40,95%) e até carne crua (35,6%).
Alimentos crus, como carne, apresentam riscos de contaminação microbiológica, incluindo patógenos como Salmonella spp..
Quando questionados sobre os motivos para oferecer comida humana aos seus animais, 39,51% dos tutores afirmaram acreditar que a prática não causa danos à saúde, enquanto 36,52% disseram fazê-lo para agradar.
O levantamento revela ainda que 60,15% dos entrevistados utilizam alimentos quando entendem que os animais parecem tristes, entediados ou solitários.
“Sabe-se que oferecer alimentos como forma de agrado e demonstração de carinho faz parte da construção do vínculo entre tutores e pets e negar essa prática é, na verdade, pouco realista. No entanto, para que isso não traga prejuízos à saúde, é fundamental que a escolha dos alimentos e o cálculo das quantidades sejam feitos com orientação profissional, de forma que esse gesto de afeto não comprometa o equilíbrio nutricional nem contribua para o desenvolvimento da obesidade”, explica Priscila Rizelo, Gerente de Comunicação e Assuntos Científicos da Royal Canin Brasil.
Além dos hábitos alimentares, a pesquisa também investigou a percepção dos tutores sobre os problemas de saúde associados à obesidade em animais de estimação. Os resultados mostram que muitos já reconhecem alguns dos principais riscos: 56,95% associam o excesso de peso a doenças cardíacas e pressão alta, 47,85% relacionam à ocorrência de diabetes tipo-2, e 42,30% apontam problemas respiratórios como consequência.
Outras condições, como doenças articulares, problemas ortopédicos, pancreatite e doenças hepatobiliares, também podem acometer os animais obesos, ampliando ainda mais os riscos à saúde.
Petiscos e alimentos oferecidos além da dieta contribuem para o risco de ganho de peso, mas não são os únicos responsáveis. A obesidade é uma condição multifatorial, influenciada por predisposição genética, baixa atividade física, manejo alimentar inadequado, entre outros.
Essa percepção aparece também no olhar dos próprios tutores: 41,95% apontam a falta de atividade física como o principal fator que contribui para a obesidade nos animais.
A maioria dos tutores (75,75%) também apontou buscar orientação sobre obesidade em pets diretamente com profissionais veterinários (médicos-veterinários clínicos, e especializados em nutrição).
Entre os 250 profissionais veterinários ouvidos na pesquisa, 94,8% relataram um aumento significativo nos casos de obesidade nos últimos anos. Além disso, 58% observaram que esse número cresceu ainda mais desde a pandemia da Covid-19.
Mesmo que 74,80% dos profissionais afirmam abordar frequentemente temas relacionados à nutrição e ao controle de peso durante as consultas, eles ainda enfrentam desafios: 57,60% relatam que muitos tutores subestimam os riscos do excesso de peso, o que compromete a adesão às recomendações e se torna uma barreira para o tratamento eficaz.
Outros estudos publicados anteriormente mostram que poucos profissionais registram formalmente os termos “sobrepeso” ou “obeso” nos prontuários dos pacientes. Essa lacuna reflete, em parte, uma relutância em tratar o tema de forma direta com os tutores, seja pelo receio de gerar desconforto, seja pela normalização cultural do excesso de peso.
A pesquisa, que analisa o mercado brasileiro, contemplou 2 mil tutores de gatos e cães, com 18 anos ou mais, e 250 profissionais veterinários (clínicos e nutricionistas).