
O Flamengo venceu o Chelsea por 3 a 1 nesta sexta-feira (20 de junho), pela segunda rodada do Grupo D da Copa do Mundo de Clubes da FIFA™, realizada no Lincoln Financial Field, na Filadélfia.
Em um jogo que começou complicado para os brasileiros, com Pedro Neto abrindo o placar para os ingleses aos 13 minutos do primeiro tempo, o rubro-negro reagiu com força no segundo tempo, virando a partida com gols de Bruno Henrique, Danilo e Wallace Yan. A expulsão de Nicolas Jackson, do Chelsea, aos 68 minutos, foi determinante para o domínio flamenguista na etapa final.
O confronto entre Flamengo e Chelsea era considerado um dos mais aguardados desta fase do torneio. Ambas as equipes estrearam com vitórias na rodada inicial — o Flamengo bateu o Espérance por 2 a 0, enquanto o Chelsea venceu o Los Angeles FC (LAFC) pelo mesmo placar.
Era um embate que colocava frente a frente dois estilos distintos: o futebol técnico e veloz dos brasileiros contra a organização e força física dos ingleses. O jogo também marcou o segundo encontro oficial entre os clubes, após um amistoso em 1998 vencido pelos londrinos por 5 a 0.
Logo aos 13 minutos, Pedro Neto aproveitou uma falha da zaga do Flamengo e chutou cruzado, vencendo o goleiro Rossi e abrindo o placar.
Aos 24 minutos, Moisés Caicedo cometeu falta dura em Jorginho e recebeu cartão amarelo, em um lance que gerou discussão acalorada. Mesmo com maior posse de bola, os brasileiros não conseguiram finalizar com perigo, esbarrando na defesa montada por Enzo Maresca.
A volta para o segundo tempo mudou completamente o cenário. O técnico Filipe Luís promoveu mudanças estratégicas, colocando Bruno Henrique em campo e ajustando a linha de meio-campo para ganhar mobilidade e profundidade. A resposta foi imediata. Aos 62 minutos, Plata cruzou com precisão, e Bruno Henrique apareceu livre na área para empatar a partida. Três minutos depois, Danilo aproveitou sobra na entrada da área e acertou um belo voleio no canto, virando o placar.
O Chelsea sentiu o baque. Tentando reagir, Enzo Maresca colocou Nicolas Jackson em campo, mas a substituição se transformou em pesadelo. Em apenas quatro minutos, o atacante cometeu falta dura em Ayrton Lucas e foi expulso diretamente. Com um a menos, os ingleses viram o Flamengo dominar as ações e ampliar a vantagem aos 83 minutos, com Wallace Yan completando cruzamento de Bruno Henrique.
As substituições do Flamengo foram determinantes para a virada. Bruno Henrique trouxe não apenas o gol e a assistência, mas também mais movimentação no meio-campo e transições rápidas. Danilo foi destaque com sua técnica e frieza na finalização. Wallace Yan, jovem promessa do clube, mostrou oportunismo e tranquilidade para fechar o placar.
A análise tática da partida mostra um Flamengo versátil, alternando entre o 4-3-3 e o 3-4-3, com laterais apoiando o meio e sobrecarregando a defesa adversária. Gerson e Jorginho dominaram o centro do campo, com boa distribuição de passes e proteção à defesa. O Chelsea, que começou no 4-2-3-1, perdeu o controle após a expulsão e mostrou pouca capacidade de reação com um a menos.
Os números da partida refletem essa superioridade.. O Flamengo terminou com 55% de posse de bola, 16 chutes totais e 7 no alvo. O Chelsea finalizou 12 vezes, com 5 chutes certos. O rubro-negro cometeu duas faltas que resultaram em cartões amarelos, enquanto os ingleses receberam três amarelos e um vermelho.
Com a vitória, o Flamengo chega a seis pontos e lidera isoladamente o Grupo D. O Chelsea, com três pontos, precisará vencer seu último jogo da fase de grupos contra o Espérance para manter chances de avanço. O Flamengo, por sua vez, pode poupar titulares e testar novas formações.
A vitória também tem um significado histórico. Desde a derrota para o Liverpool em 2019, o Flamengo não vencia um gigante europeu em competição oficial. A atuação diante do Chelsea reforça a força do elenco atual e a estratégia de longo prazo implementada pela diretoria e comissão técnica. Com quatro vitórias, dois empates e quatro derrotas em confrontos contra times ingleses em sua história, o rubro-negro alcança um equilíbrio nesse retrospecto.
Outro destaque foi a condição física dos jogadores do Flamengo. A preparação realizada em Atlantic City, com foco em adaptação ao calor e à umidade, surtiu efeito. Enquanto os ingleses demonstravam cansaço a partir da metade do segundo tempo, os brasileiros mantiveram o ritmo, pressionando e aproveitando espaços.
A expulsão de Nicolas Jackson foi ponto de virada. A indisciplina do atacante comprometeu o plano tático de Enzo Maresca, que ficou sem opções ofensivas de referência. A partir daí, o Chelsea passou a depender exclusivamente de jogadas individuais, o que facilitou a marcação rubro-negra.
Com o resultado, o Flamengo se firma como um dos favoritos ao título da Copa do Mundo de Clubes. A consistência demonstrada nas duas primeiras partidas, aliada ao equilíbrio entre juventude e experiência no elenco, coloca o time em posição privilegiada. O técnico Filipe Luís, em início promissor de carreira, mostra maturidade na condução tática da equipe e na leitura de jogo.
No vestiário após a partida, Filipe elogiou a postura dos jogadores: “Foi um jogo difícil, de superação. Mostramos maturidade para virar contra um time do nível do Chelsea. Mas ainda não ganhamos nada. Seguimos com os pés no chão”, disse. Do lado inglês, Enzo Maresca criticou a expulsão e apontou falhas de disciplina: “Estávamos bem até o cartão vermelho. Precisamos aprender a controlar as emoções.”
Os próximos dias serão decisivos. O Flamengo enfrentará o LAFC com a classificação já garantida, podendo poupar atletas e preparar-se para os confrontos de mata-mata. O Chelsea jogará sua sobrevivência no torneio contra o Espérance, em duelo direto pela vaga.
A Copa do Mundo de Clubes da FIFA™ 2025, reformulada com novo formato e sede nos Estados Unidos, tem sido marcada por surpresas e jogos intensos. A vitória do Flamengo sobre o Chelsea entra para a história como uma das mais impactantes da fase de grupos e serve de alerta para os favoritos europeus: o futebol sul-americano segue forte e competitivo no cenário global.