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Ossos de 4 bispos são inseridos na cruz peitoral do papa Leão XIV

Os bispos são: São Leão Magno, Santo Agostinho, São Tomás de Vilanova e o Beato Anselmo Polanco

Foto: Vaticano
A "cruz relicária", com as relíquias

Na cruz peitoral de prata doada ao Papa Prevost no dia de sua eleição, 8 de maio, pelo Círculo de São Pedro, estão guardadas as relíquias de ossos de quatro bispos: a de São Leão Magno, bispo de Roma, a de Santo Agostinho, bispo de Hipona, a de São Tomás de Vilanova, arcebispo de Valência, e a do Beato Anselmo Polanco, bispo de Teruel, mártir.

A ideia de mandar fazer um novo "relicário" para Leão XIV, para ser inserido na cruz peitoral dada de presente ao Papa, partiu do guardião do sacrário apostólico, padre Bruno Silvestrini, da comunidade agostiniana da Sacristia Pontifícia.

O religioso decidiu recorrer ao especialista em relicários Antonino Cottone, que já tinha feito cinco relíquias, com técnicas medievais tradicionais, para a cruz peitoral doada a Prevost pela Cúria Geral dos Agostinianos no dia em que foi criado cardeal, 30 de setembro de 2023.

O especialista levou apenas duas horas para dar vida, com meticulosa precisão e apaixonada dedicação, a uma nova pequena cruz com filigranas de papel dourado (paperoles) sobre moiré vermelho (um tecido tafetá cuja aparência simula os veios da madeira ou do mármore, produzindo um efeito variável), onde 4 pequenas flores de papel acolheram as relíquias dos 4 ilustres pastores da Igreja. 

Cottone enrolou, modelou e colou pequenas tiras de papel, criando uma série de elementos decorativos entre os quais inseriu os preciosos fragmentos de "ossos sagrados".

O brasão floral nos Jardins do Vaticano
Foto: Vaticano

Brasão no jardim

Foi concluído o brasão floral do Papa Leão XIV nos Jardins do Vaticano, na área em frente ao Palácio do Governatorato, na encosta que desce em direção à abside da Basílica de São Pedro.

Centenas de mudas coloridas, como tantas peças de um mosaico, tornaram possível uma obra-prima da arte floral.

O brasão foi realizado pelo Serviço Jardins e Ambiente da Direção de Infraestruturas e Serviços do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, que levou cerca de duas semanas para concluí-lo, dada a necessidade de desenvolver o novo tema e depois reproduzi-lo no local.

Em média, duas pessoas por dia trabalharam nele e, com maestria e talento artístico, tornaram possível a composição floral.

A estrutura da “moldura”, na qual se inserem os detalhes do brasão, permaneceu a mesma do Papa Francisco. É formada pela mitra - recriada com Buxus sempervirens, variedade pumila - colocada entre chaves cruzadas de ouro e prata, ligadas com um cordão vermelho.

A chave de ouro foi reproduzida com Euonymus Aureus, ou seja, Evonimo variegado, que é podado frequentemente, para que permaneça baixo e ofereça uma cor amarelada.

A chave de prata foi recriada com a planta sazonal Helichrysum italicum, que deve ser trocada pelo menos uma vez por ano para manter a cor.

Os cordões vermelhos que ligam as chaves foram feitos com a planta Iresine brillantissima, no verão, e Viola cornuta, sempre vermelha, no inverno. Para o escudo papal, dividido diagonalmente em dois setores, foram utilizadas várias plantas.

No canto superior esquerdo, sobre um fundo azul, está representado um lírio branco. Símbolo de pureza e virgindade, remete à figura da Virgem Maria.

Para reproduzir a cor azul, foram recuperadas 400 mudas de Ageratum azul Star provenientes do brasão do Papa Francisco. O lírio foi feito com 50 mudas de Helichrysum italicum reproduzidas por estacas pelo responsável pela manutenção da estufa do Serviço Jardins e Meio Ambiente.

Na outra parte do escudo, na parte inferior, sobre um fundo claro, está representado o emblema da Ordem de Santo Agostinho: um coração traspassado por uma flecha colocado sobre um livro. Remete à conversão de Santo Agostinho e simboliza a Palavra de Deus que perfura o coração do Santo Doutor da Igreja, que explicava: Vulnerasti cor meum Verbo tuo(“Tu transpassaste meu coração com a tua Palavra”).

Para a metade clara do brasão foram utilizadas 400 plantas de Begônia semperflorens night life, folha bronzeada, flor branca. O coração foi criado com mudas de Iresine lindenii, reproduzidas por estacas pelo responsável pela manutenção da estufa.

Para recriar o livro, foi solicitada a colaboração do Departamento de serralheiros da Direção de Infraestruturas e Serviços, que produziu chapas para lhe dar forma. No interior foi colocado lapilli vermelho e para o branco foi utilizado cascalho.