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Sistema elétrico de Cuba entra em colapso e ilha mergulha no escuro

54 centrais de geração distribuída estão fora de serviço

Menos de 24 horas após o primeiro-ministro de Cuba, Manuel Marrero Cruz, ter defendido a paralisação da economia para poupar eletricidade, diante da falta de gasolina, a rede elétrica da ilha entrou em colapso nesta sexta-feira (18 de outubro).

54 centrais de geração distribuída estão fora de serviço por falta de combustível, situação que também mantém fora de operação as usinas da empresa turca Karadeniz Holding localizadas em Mariel, Santiago de Cuba, Regla e a ligada à subestação de Melones. na baía de Havana.

O presidente Miguel Díaz-Canel disse que a ilha enfrenta uma ?emergência energética? devido a problemas na aquisição de combustível para alimentar o seu sistema energético.

Na noite dessa quinta-feira (17), o primeiro-ministro Manuel Marrero tentou apaziguar a indignação dos cubanos pelos apagões, fazendo promessas de alívio momentâneo da atual situação crítica com a chegada do combustível.

A eletricidade na ilha é gerada através de oito centrais termoelétricas desgastadas que em alguns casos apresentam avarias ou estão em manutenção, bem como sete centrais flutuantes - que o governo aluga a empresas turcas - e grupos geradores.

A Venezuela, maior fornecedor de petróleo de Cuba, reduziu os embarques para a ilha para uma média de 32,6 mil barris por dia (bpd) nos primeiros nove meses do ano, cerca de metade dos 60 mil bpd embarcados no mesmo período de 2023, segundo dados de monitoramento de navios e documentos internos de embarque da empresa venezuelana PDVSA.

A Rússia e o México, que enviaram combustível para Cuba no passado, também reduziram os envios para a ilha.

A ditadura cubana anunciou o desligamento geral dos locais de trabalho que considerou dispensáveis, a suspensão das aulas nas escolas até segunda-feira (21), o cancelamento de atividades culturais, e mandou para casa a maioria dos funcionários do Estado em busca de conservação de energia.

Apenas funcionários das indústrias estatais de alimentação e saúde em hospitais permaneceram no cargo.

Nas últimas semanas a população de várias províncias ficaram sem electricidade durante até 20 horas por dia. Em Havana, que costuma ser preservada da crise devido ao seu estatuto de capital, os apagões diários mínimos já eram de seis horas, na  pior crise em três décadas, com escassez de comida e medicamentos.

Desde 2019 o governo cubano implementou um plano de racionamento de energia eléctrica para tentar resolver o problema, com cortes de energia programados durante várias horas por dia em diferentes zonas do país.