A IX Feira de Artefatos de Couro e Produtos da Agricultura Familiar do Distrito de Tracupá, que acontecerá no período de 21 a 23 de junho, com a participação de 15 expositores, poderá gerar negócios superiores a R$ 100 mil, aquecendo ainda mais a economia do município de Tucano, na região sisaleira, a 250 quilômetros da capital baiana. As informações são de Adriano Ferreira da Silva, Presidente da Cooperativa de Produtores e Artefatos de Couro de Tracupá.
As peças produzidas na comunidade, se destacam no cenário nacional, graças ao design e a qualidade de seus produtos, que segue a tendência da moda masculina e feminina, resultado do espirito criativo dos artesões locais que se dedicam ao fino acabamento das unidades, o que tem levado a fechar negócios com grandes empresas da Bahia e também de fora do estado.
O distrito de Tracupá que em Tupy Guarany quer dizer Ilha das Abelhas, ocupa um papel importante no desenvolvimento econômico do município, e tudo começou com a fabricação de bainhas de facão. A relação da comunidade é com o couro tratado que abastece as tendas onde ainda se faz as peças artesanais como bainha de facão, chapéu de couro, entre outros, voltados para o homem do campo. Com o decorrer do tempo, vieram as bolsas feminina e masculina de vários modelos, além de carteiras de cédulas, sacolas, ou seja, uma indústria sintonizada com o que há de mais novo na moda.
No polo coureiro, o visitante pode encontrar por preços considerados convidativos: Bolsas femininas e masculinas, jaquetas, mochilas, cintos, sacolas, carteiras, chaveiros e vários outros objetos. Nitzy Couro, Infiniti Niti, Kouro Magazine, Tracupá Couro, Santana Couros, Vallentine Couro, Sara Couro, BrasNi Couro, são exemplos de algumas das lojas existentes.
Em Tracupá, o couro é responsável por empregar cerca de 90% das famílias da comunidade, gerando cerca de 3 mil postos de trabalho, já que em cada casa, tem uma tenda, tornando o distrito operoso, tendo o couro no seu cotidiano, mantendo assim uma tradição quase secular, desde que antigos moradores começaram a produzir bainhas de facões, chapéus, cintos de couro de boi e outros objetos, ainda de forma rústica.
As peças do couromoda, produzidas nas tendas (casas de moradores) da comunidade, que abastece várias lojas, com vendas no varejo, é distribuído também para outros estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Espirito Santo, além de um bom volume comercializado em Salvador e outros municípios baianos. Hoje a maioria das peças feitas em couro industrializado vem de outras regiões do país, sendo bem pequeno o uso do couro curtido e oriundo da comunidade de Pedra Grande, originalmente utilizado.
Durante a feira de artefatos de couro e produtos da agricultura familiar, segundo Adriano Silva, haverá apresentações musicais, comidas e bebidas típicas do São João. O evento com três dias de duração, conta com apoio do Sebrae, governo do estado (CAR-SDR), empresas locais (BrásNI Couros, Calumbi Couros, Gráfica Armo, prefeitura de Tucano, além dos parceiros - cooperativas de crédito – Sicoob, Cressol e Centro Público Cisal (Cesol).