Economia

Venda do Brasil para os países árabes tem crescimento de 28%

As importações de produtos árabes recuaram

As exportações do Brasil aos países árabes cresceram 28,7% em valores no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2023, de acordo com dados do governo federal compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. O

aumento das compras de açúcar pela região teve peso preponderante no desempenho, mas os árabes também importaram em quantidades maiores outras commodities do Brasil, como minério de ferro, impactando o comércio.

Os brasileiros tiveram receita de US$ 5,67 bilhões nas vendas ao mercado árabe de janeiro a março contra US$ 4,41 bilhões em iguais meses do ano anterior. Entre os 15 principais produtos embarcados, os maiores aumentos se deram na venda de gado, alta de 147,7%, de açúcar, mais 105,4%, e de carne bovina, 84,4% maior. O minério foi o segundo produto da pauta, atrás do açúcar, com 43% de alta.

O gerente de Inteligência de Mercado da Câmara Árabe, Marcus Vinícius, afirma que o crescimento da exportação do Brasil aos países árabes tem relação com o desempenho das commodities. Ele explica que, no caso do açúcar, além do aumento na receita, o Brasil vendeu volume 73% maior ao mercado árabe, o que significa que o movimento não reflete apenas a alta de 19% no preço.

Segundo Vinícius, a queda na produção da concorrência, como Índia, Tailândia e União Europeia, ajudou a impulsionar os embarques brasileiros de açúcar, que somaram US$ 1,8 bilhão. Ele acredita que os árabes foram buscar outros países para suprir a demanda e o Brasil já é tradicional fornecedor. O gerente lembra que o Brasil teve uma safra recorde de cana-de-açúcar no começo deste ano.

No caso do minério de ferro, a exportação brasileira aos árabes somou US$ 924 milhões de janeiro a março. Segundo Vinícius, há cerca de dez anos, o Brasil tinha na Vale uma das poucas exportadoras de minério do Brasil ao mundo árabe. A empresa abastecia sua operação em Omã. Hoje, diz ele, houve diversificação das empresas fornecedoras e dos destinos nas vendas do minério, que vai também para países como Egito, Bahrein, Argélia, Líbia, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.

Apesar da predominância das commodities na pauta, o gerente da Câmara Árabe destaca outros setores que estão crescendo. É o caso de cosméticos. O Brasil teve receita de US$ 7 milhões nas exportações do segmento aos árabes no primeiro trimestre, com alta de 24% sobre iguais meses de 2023 e predominância dos produtos para cabelos. Ele afirma que outros itens, de perfumaria e higiene, também avançam na venda.

Importação de países árabes - Na importação brasileira de produtos de países árabes, houve queda de 15,5%. O valor somou US$ 2,33 bilhões de janeiro a março deste ano contra US$ 2,76 bilhões no primeiro trimestre de 2023.

Houve recuo de 6,4% nas vendas árabes de combustíveis minerais ao Brasil, para US$ 1,5 bilhão, e de 41,7% nas de fertilizantes, que ficaram em US$ 423,7 milhões.

O combustível é o primeiro item da pauta de vendas dos árabes ao Brasil e o fertilizante é o segundo. Nos dois casos, houve diminuição tanto nos valores como nos volumes importados.