O Fed acabou de decidir manter sua taxa de política monetária da mesma forma que tem feito nas últimas duas reuniões, confirmando a neutralidade que o mercado especulava desde outubro de 2022, resultando em um avanço de mais de 25% nas ações desde os mínimos alcançados naquela data e um declínio de cerca de 10% para o dólar internacionalmente, após atingir máximos em torno de 115 pontos.
No comunicado, o FED destaca a resiliência e solidez do sistema bancário, no entanto, é provável que condições mais restritivas afetem domicílios e empresas, indicando um rápido deterioramento generalizado na atividade econômica.
O órgão regulador, que continua focado em alcançar o pleno emprego e uma inflação em torno de 2%, atendeu às expectativas do mercado ao antecipar o tom neutro que adota, assim como a necessidade de estímulos por meio de cortes nas taxas de juros em 2024, aumentando a probabilidade de conhecer esses ajustes até o final do primeiro trimestre do próximo ano.
A reação do mercado é evidente ao apontar quedas nos títulos de 10 anos, forçando as ações a subirem e continuarem a colher ganhos com os olhos voltados para as máximas históricas em torno de 4.800 pontos, enquanto o dólar perde o suporte de 103 pontos, ameaçando cair para 100.
O bitcoin continua surpreendendo diante da abundância de liquidez especulada pelo mercado e da relação que mantém com a criptomoeda líder, ultrapassando os US$ 42 mil.
O ouro começa a mostrar a preocupação do mercado com o deterioro que a economia americana pode enfrentar devido ao período restritivo contemplado e recupera valores acima de US$ 2 mil, antecipando maiores ganhos.
A fraqueza do dólar e os estímulos iminentes na maior economia do mundo incentivam a recuperação das commodities, projetando um fechamento positivo para esta sessão.
No Brasil, o real se fortalece, assim como as moedas na América Latina, refletindo o enfraquecimento transversal da moeda americana diante do tom de atenção indicado pelo órgão regulador.
O possível deterioramento tem um efeito positivo para o real; no entanto, seu fortalecimento carece de fundamentos que possam levá-lo por si só a alcançar novos e maiores avanços, a menos que o mercado se torne absolutamente pessimista em relação ao dólar, o que incentiva a ativação de ordens de venda, mudando o viés de longo prazo para o par.
Apesar disso, o mercado como um todo observa com muita cautela o desempenho das principais economias do mundo, de modo que a fraqueza e a incerteza podem começar a prejudicar as perspectivas sobre os mercados na América Latina, limitando a capacidade de extensão e ganho em instrumentos e moedas específicas.