Bahia / Economia

Milho dá lugar ao sorgo na Bahia

O sorgo, além de sua resistência à seca, proporciona um melhor aproveitamento do solo

Foto: Pixabay/Creative Commons
A área plantada cresceu 12%

O sorgo desponta como uma alternativa cada vez mais atraente para os produtores rurais na Bahia, com crescimento de 190 mil hectares, representando um aumento significativo de 12% em relação à safra anterior, segundo dados da Aiba-Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia. Essa mudança é impulsionada pelas características vantajosas do grão e representa uma tendência relevante no cenário agrícola atual.

A produção desta cultura no Brasil está concentrada em sua maior parte na região Centro-Oeste. No entanto, estados como a Bahia e Rio Grande do Sul têm destaque no manejo do sorgo. No contexto regional, é importante destacar que, na Bahia, o plantio do sorgo está programado para fevereiro de 2024, sucedendo a semeadura da soja.

Essa estratégia de sucessão de culturas evidencia a adaptabilidade do sorgo ao calendário agrícola, consolidando-se como uma opção viável para os agricultores baianos. A previsão é de que essa transição beneficie aqueles que plantam, fornecendo uma colheita eficiente e contribuindo para a diversificação e sustentabilidade das práticas agrícolas na região, conforme explica Alan Malinski, diretor executivo da Aiba.

O aumento na área plantada de sorgo, em detrimento do milho, pode ser atribuído a uma série de fatores. O grão demonstra ser uma escolha mais resistente à escassez hídrica, oferecendo uma alternativa potencial em regiões onde a disponibilidade de água é uma preocupação constante. Além disso, o sorgo apresenta um menor custo de produção, tornando-se uma opção econômica e eficiente para os agricultores.

O sorgo, além de sua resistência à seca, proporciona um melhor aproveitamento do solo, contribuindo para a formação de palhada essencial para o plantio direto na safra seguinte. Com uma produção que gera uma quantidade significativa de grãos ideal para a alimentação animal, os produtores também encontram uma fonte adicional de renda por meio da comercialização do sorgo durante a entressafra.

Com uma crescente acessibilidade e adoção do sorgo pelos produtores, aliada às suas características resilientes, espera-se que essa tendência de substituição do milho perdure, consolidando o sorgo como uma cultura agrícola estratégica e sustentável no panorama nacional. A produtividade desta cultura permanece estável, mantendo-se em 60 sacas por hectare, tanto na safra 2022/2023 quanto na atual 2023/2024, os produtores pretendem obter uma quantidade consistente de grãos por unidade de área cultivada.