Moda

Moda ajuda economia nordestina

A moda também atua como uma expressão da cultura local

Iolanda Lemos, empresária do ramo e costureira, ressalta a contribuição da atividade no cenário econômico e cultural do lugar. Segundo a especialista, a indústria da moda permite a criação de novos empregos, em áreas diversas, além de fortalecer o turismo cultural e proporcionar o reconhecimento nacional e internacional de empreendedores da área. 

A empresária destaca tendências promissoras na moda regional, que contribuem, sobretudo, no desenvolvimento e enaltecimento da cultura. “As expectativas que vislumbro envolvem o fortalecimento e a valorização da cultura local, através da incorporação dos bordados, tecidos, estampas, bem como do artesanato e o cordel, utilizando de elementos da dança, música e da arte como um todo.” conclui. 

Professora do curso de Design de Moda, na Unifacs, Helena Gabrielle, também comenta sobre os elementos culturais presentes na moda nordestina. Segundo ela, as referências se baseiam, sobretudo, no trabalho artesanal, em tons terrosos, com a presença de memórias afetivas, que evidenciam, principalmente, o pertencimento à zona rural. 

A moda no contexto jurídico 

Dentro do ambiente jurídico, o profissional especializado em Direito de Moda é chamado de Fashion Law, termo criado por Susan Scafidi, uma advogada norte-americana, após alguns profissionais do ramo reconhecerem a necessidade de uma legislação mais direcionada para tratar de questões da área. 

Diante da riqueza cultural que a indústria da moda nordestina incorpora, a proteção legal dos elementos presentes nas peças é de grande relevância. Conforme Karen Luz, advogada e empreendedora, a Lei da Propriedade Intelectual pode ser utilizada nesse caso, a fim de proteger e garantir esses ativos culturais. A profissional também ressalta a importância de proteger os trabalhos de estilistas e artesões da área, garantindo uma atuação em conformidade com as normas legais. “Estilistas de moda têm seus direitos legalmente protegidos, com a possibilidade de registrar suas criações no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para garantir a exclusividade de suas obras.” finaliza Karen. 

Moda nordestina na educação 

Na área da Educação, a professora Helena Gabrielle enfatiza a importância de trazer marcas nordestinas durante as aulas, proporcionando aos discentes um contato detalhado com a moda produzida no Nordeste do Brasil. “A Dendezeiro, marca de Salvador, tem sido um case de sucesso e inovação potente para direcionar as aulas, por exemplo. Já Feira de Santana, temos a Domínio Conceito que faz um trabalho minucioso de Planejamento de Coleção e Produção de Moda a cada estação.” ressalta a docente. 

O ato de inserir a moda regional durante as aulas, permite que os estudantes se atentem aos elementos singulares de sua região, contribuindo com a formação de profissionais cada vez mais responsáveis e criativos. e acordo com Nalanda Cerqueira, estudante de Design de Moda, na Unifacs, a riqueza cultural do Nordeste brasileiro atua como fonte de inspiração para os designers da região, resultando na criação de peças singulares, que remetem as tradições do local. “Essa autenticidade atraí a atenção de consumidores e da mídia, ajudando também a difundir a imagem positiva da moda nordestina.” complementa. 

Sustentabilidade 

Diante dos desastres ambientais que o Planeta Terra tem vivido, ocasionados, principalmente, pela poluição do ar e do solo, muitas organizações têm se dedicado a conduzir seus negócios de maneira mais sustentável. A responsabilidade ambiental dentro da indústria da moda se faz mais presente a cada dia, através do uso de materiais sustentáveis e técnicas de produção responsáveis. 

A advogada e empreendedora do ramo, Karen Luz, chama atenção para uma tendência global em constante crescimento na área, a chamada moda sustentável. “Os consumidores estão cada vez mais conscientes de suas escolhas e por isso, buscam produtos que geram um impacto positivo no planeta.” ressalta a especialista.