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90% das mortes por desastres naturais são em países pobres

670 milhões de pessoas poderão passar fome em 2030, em parte devido a fenômenos ligados ao clima

Foto: João Murteira | OMM
A subida do nível do mar ameaça o futuro das ilhas baixas no sudoeste do Pacífico

Os anos de 2015 a 2022 foram os oito mais quentes já registrados, mostra o relatório Unidos pela Ciência, divulgado por agências da ONU e parceiros. 

Os autores do estudo afirmam ainda que 2023 está sendo um ano de extremos, com ondas de calor excepcionais, incêndios florestais arrasadores, chuvas torrenciais e ciclones tropicais de alto impacto.

Julho de 2023 foi o mês mais quente já registado e as temperaturas médias globais da superfície do mar atingiram níveis recordes.

No ritmo atual, o aquecimento global será de 2,8 °C ao longo deste século, em comparação com os níveis pré-industriais. A meta defendida pelos especialistas é limitar este aumento a apenas 1,5°C.

Sofrimento desproporcional

O relatório ressalta que os impactos das condições meteorológicas extremas e das mudanças climáticas afetam desproporcionalmente as comunidades vulneráveis.

Entre 1970 e 2021, ocorreram 11.778 desastres atribuídos a extremos meteorológicos, climáticos e hídricos, causando mais de 2 milhões de mortes e 4,3 biliões de dólares em perdas econômicas.

Mais de 90% dessas mortes e 60% das perdas econômicas ocorreram nos países em desenvolvimento.

Os autores do levantamento estimam que quase 670 milhões de pessoas poderão passar fome em 2030, em parte devido a fenômenos meteorológicos extremos mais frequentes e intensos. 

As alterações climáticas também podem aumentar significativamente os problemas de saúde e as mortes prematuras, bem como a exposição da população às ondas de calor.