Ciência

Superlua Azul ilumina a Terra

Ponto de maior aproximação com a Lua cheia será às 22h35

A noite desta quarta-feira (30) será de Superlua Azul. A Blue Moon -  termo utilizado para a segunda lua cheia do mês - terá, hoje, uma versão maior e mais brilhante. É que ela estará em seu ponto de órbita mais próximo da Terra, o chamado perigeu.

È a segunda em agosto. A dupla de Superluas, ou seja, que estão a uma distância mínima da Terra, é relativamente rara: a última vez ocorreu em janeiro de 2018, enquanto a próxima será em janeiro de 2037.

A explicação é do astrofísico italiano Gianluca Masi, responsável científico do Virtual Telescope Project, que transmitirá ao vivo as imagens da Superlua no horizonte de Roma a partir de 00h30 (horário de Brasília) de quinta-feira.

"Nosso satélite parecerá 7% maior e um pouco mais luminoso do que a média. Das quatro Superluas visíveis em 2023, essa será a mais próxima e portanto a maior", explicou o cientista.

Para quem quiser ver o espetáculo a olho nu, o conselho é de olhar o céu no pôr do sol e no amanhecer.

"Durante o crepúsculo a luz solar restante permite admirar a paisagem terrestre enquanto a Lua cheia levanta ou cai no horizonte. De madrugada, sua luz é muito intensa, deslumbrante", explicou Masi.

"Ao aparecer e sumir, a Lua se projeta por trás de prédios e elementos da paisagem, dando a sensação de que o disco é maior, mas é só uma ilusão de ótica, por causa da presença de elementos de comparação no campo visual", concluiu.

Musa inspiradora de uma das canções mais conhecidas do mundo, composta por Richard Rodgers e Lorenz Hart, a Blue Moon – enquanto música – foi eternizada em vozes como as de Frank Sinatra, Elvis Presley, Ella Fitzgerald e Billie Holiday.

Menor distância

A maior aproximação entre a Terra e a Lua será às 22h35 - no horário de Brasília - quando a Lua estará a  357.181 quilômetros da Terra. Segundo o Observatório Nacional, a distância média até nosso satélite natural é de cerca de 384.400 quilômetros.

Astrônoma do Observatório Nacional, Josina Nascimento explica que a Superlua ocorre de uma a seis vezes por ano, mas em alguns casos a proximidade é ainda maior porque a órbita da Lua é elíptica e não circular.

Esse ponto de maior proximidade ocorre quando ela se encontra no perigeu, como na noite de hoje. O ponto mais afastado chama-se apogeu. “Os observadores poderão notar uma lua mais brilhante do que outras luas. O fenômeno poderá ser visto em todas as regiões do planeta”, explica Josina Nascimento.

Próxima do horizonte

Segundo a astrônoma, todas as luas cheias nascem no horizonte (a leste), quando o Sol se põe (a oeste), e se põem (a oeste) quando o Sol nasce (a leste), portanto é possível ver a Lua durante toda a noite e de qualquer lugar do país.

Josina acrescenta que uma boa hora para observar a Superlua é quando ela estiver mais próxima do horizonte, logo após o pôr do sol, ou no dia seguinte, antes do nascer do Sol. Nessa posição, ela parecerá ainda maior, podendo apresentar “belas variações de tonalidade, devido às partículas suspensas na atmosfera”.

"O evento de uma Superlua atrai ainda mais os olhares para o céu, nos ajudando a divulgar e popularizar a ciência. E, além disso, é um evento que pode ser visto por muitas horas (durante toda a noite), de qualquer lugar do mundo e por qualquer pessoa, porque é visível a olho nu”, finalizou a astrônoma.