Foram anunciados nesta quarta-feira, 23 de agosto, os vencedores do 22º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. O grande destaque da noite foi “Marte Um”, dirigido por Gabriel Martins, laureado com oito troféus Grande Otelo: Melhor Longa-Metragem Ficção, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original, Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Direção de Fotografia, Melhor Montagem e Melhor Som. A cerimônia – que é realizada anualmente pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais – aconteceu na Cidade das Artes Bibi Ferreira, no Rio de Janeiro, e teve apresentação de Silvio Guindane e Cláudia Abreu.
Produzido pela Filmes de Plástico, em coprodução com o Canal Brasil, "Marte Um" estreou no Festival de Sundance e foi o escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar®. É o segundo longa do cineasta mineiro Gabriel Martins e é centrado no cotidiano de uma família periférica, nos últimos meses de 2018, pouco depois das eleições presidenciais.
O troféu Grande Otelo de Melhor Atriz foi para Dira Paes (“Pureza”) e o de Melhor Ator, para Carlos Francisco (“Marte Um”). Adriana Esteves ganhou na categoria Melhor Atriz Coadjuvante (“Medida Provisória”) e como Melhor Ator Coadjuvante quem ganhou foi Cícero Lucas (“Marte Um”).
Foram anunciados 29 prêmios para longas-metragens, curtas e séries brasileiras, escolhidos pelo amplo júri formado por profissionais associados à Academia Brasileira de Cinema, além do prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular, que teve votação pelo site da instituição. Como é tradição, a abertura dos envelopes foi ao vivo, auditada pela PwC Brasil.
O cineasta paraibano Vladimir Carvalho foi o grande homenageado desta edição. Aos 88 anos, Vladimir segue como referência do "cinema verdade" e inspiração para novas gerações de documentaristas. Suas produções, carregadas com elementos do Cinema Novo, contam a história da nossa gente, permitindo que o Brasil se reconheça diante da tela. Ainda em celebração ao documentário, a Academia também homenageou o crítico de cinema, escritor e jornalista Amir Labaki, idealizador do É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários.
Com direção de Batman Zavareze, roteiro de Bebeto Abrantes e performances do pianista, orquestrador e compositor pernambucano Vitor Araújo, a cerimônia foi transmitida ao vivo pelo Youtube da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais e pelo Canal Brasil, com sinal aberto para não-assinantes no GloboPlay. A transmissão no Canal Brasil/GloboPlay teve apresentação de Simone Zuccolotto, com comentários da atriz Bárbara Paz e reportagem de Maria Clara Senra e Kiko Mollica.
Na cerimônia, Renata Almeida Magalhães, presidente da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, celebrou a "nova retomada" do cinema nacional e lembrou que a edição do ano passado se encerrou com uma performance de Silvero Pereira cantando “Dias Melhores Virão”, música de Rita Lee e Roberto Carvalho, composta para o filme de Cacá Diegues em 1989.
“Dias melhores chegaram! Mas isso não significa que ainda não haja muito trabalho pela frente para garantir que dias melhores sejam constantes. Esse é um ano muito especial para o cinema brasileiro: são 125 anos de existência, valendo lembrar que o Brasil, o Rio de Janeiro especificamente, foi um dos primeiros lugares do mundo onde se filmou. Essa noite é uma celebração a toda essa história. Uma viagem através do tempo e dos olhares desses nossos grandes documentaristas”.
O secretário Municipal de Cultura do Rio, Marcelo Calero, esteve na cerimônia e destacou a capacidade de resistência do setor audiovisual brasileiro. “Quando pegamos a Prefeitura, encaramos um cenário muito hostil à cultura e ao audiovisual. Ainda na campanha, nós conversamos com muitos produtores que sinalizam sobre a importância de se reconstruir a RioFilme”, disse. "Às vezes a sociedade até esmorece, e nós provamos a resiliência que temos. Hoje podemos nos orgulhar e, neste ano, o investimento foi recorde: passamos de um cenário de R$23 milhões, em 2021, para R$64 milhões neste ano”, concluiu.
A 22ª edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro é uma realização da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais. O Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2023 conta com o apoio da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, por meio da RioFilme, órgão que integra a Secretaria Municipal de Cultura, e tem apuração e acompanhamento pela PwC Brasil.
OS VENCEDORES DO GRANDE PRÊMIO DO CINEMA BRASILEIRO 2023
MELHOR LONGA-METRAGEM FICÇÃO
MARTE UM - Gabriel Martins.
Produção: Thiago Macêdo Correia, Maurilio Martins, André Novais Oliveira e Gabriel Martins por Filmes de Plástico
MELHOR FILME JÚRI POPULAR
BEM-VINDA A QUIXERAMOBIM, de Halder Gomes.
Produção: Mayra Lucas da Rocha por Glaz Entretenimento
MELHOR DIREÇÃO
GABRIEL MARTINS - Marte Um
MELHOR PRIMEIRA DIREÇÃO DE LONGA-METRAGEM
CAROLINA MARKOWICZ - Carvão
MELHOR ATRIZ
DIRA PAES como PUREZA - Pureza
MELHOR ATOR
CARLOS FRANCISCO como WELLINGTON - Marte Um
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
ADRIANA ESTEVES como ISABEL - Medida Provisória
MELHOR ATOR COADJUVANTE
CÍCERO LUCAS como DEIVINHO - Marte Um
MELHOR FILME INTERNACIONAL
ELVIS (EUA) - Baz Luhrmann.
Distribuidor Brasileiro: Warner Bros Pictures
MELHOR FILME IBERO-AMERICANO
ARGENTINA, 1985 (Argentina) - Santiago Mitre
MELHOR LONGA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO
KOBRA AUTO RETRATO - Lina Chamie.
Produção: Lina Chamie e Vinícius Pardinho por Girafa Filmes
MELHOR LONGA-METRAGEM ANIMAÇÃO
TARSILINHA - Celia Catunda e Kiko Mistrorigo.
Produção: Celia Catunda, Kiko Mistrorigo e Ricardo Rozzino por Pinguim Content
MELHOR LONGA-METRAGEM INFANTIL
PLUFT, O FANTASMINHA - Rosane Svartman.
Produção: Clélia Bessa por Raccord Produções
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
GABRIEL MARTINS - Marte Um
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
ANGELO DEFANTI - O Clube dos Anjos
MELHOR CURTA-METRAGEM ANIMAÇÃO
A MENINA ATRÁS DO ESPELHO - Iuri Moreno
MELHOR CURTA-METRAGEM DE FICÇÃO
BIG BANG - Carlos Segundo
MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO
TERRITÓRIO PEQUI - Takumã Kuikuro
MELHOR MONTAGEM
THIAGO RICARTE e GABRIEL MARTINS - Marte Um
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
LEONARDO FELICIANO - Marte Um
MELHOR EFEITO VISUAL
SANDRO DI SEGNI - Pluft, O Fantasminha
MELHOR SOM
MARCOS LOPES e TIAGO BELLO - Marte Um
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
ADRIAN COOPER - A Viagem de Pedro
MELHOR MAQUIAGEM
TAYCE VALE e BLUE - A Viagem de Pedro
MELHOR FIGURINO
MARJORIE GUELLER, JOANA PORTO e PATRICIA DORIA - A Viagem de Pedro
MELHOR TRILHA SONORA
PEDRO GUEDES, FABIANO KRIEGER e LUCAS MARCIER - Eduardo e Mônica
MELHOR SÉRIE BRASILEIRA DOCUMENTÁRIO, DE PRODUÇÃO INDEPENDENTE - TV PAGA E OTT
PACTO BRUTAL – O ASSASSINATO DE DANIELLA PEREZ – 1ª TEMPORADA -
Direção Geral: Tatiana Issa e Guto Barra.
Escrita por Guto Barra.
Produção: Producing Partners.
MELHOR SÉRIE BRASILEIRA ANIMAÇÃO, DE PRODUTORA INDEPENDENTE - TV PAGA E OTT
VAMOS BRINCAR COM A TURMA DA MÔNICA – 1ª TEMPORADA -
Direção Geral: Mauricio de Sousa e Fabiano Pandolfi.
Escrita por Belise Moffoli.
Produção: Mauricio de Sousa Editora
MELHOR SÉRIE BRASILEIRA FICÇÃO, DE PRODUÇÃO INDEPENDENTE PARA TV ABERTA, TV PAGA/OTT
MANHÃS DE SETEMBRO – 2ª TEMPORADA - Direção Geral: Luis Pinheiro. Escrita por Josefina Trotta, Alice Marcone, Marcelo Montenegro, Carla Meireles e Miguel de Almeida.
Produção: O2 Filmes