Pedro Oliveira

Avenida é 'colcha de retalho' em Conceição do Coité


Avenida Luís Eduardo Magalhães

Batizada de “colcha de retalho, calça de palhaço, tábua de pirulito, asfalto pipoca e asfalto sonrisal” por parte dos coiteenses, a Avenida Luís Eduardo Magalhães (LEM), uma das principais avenidas de acesso à cidade de Conceição do Coité e que foi revitalizada em maio de 2022, encontra-se danificada em vários trechos, ou com manchões de asfalto, tudo isso por conta da má qualidade dos serviços realizados, o que tem causado danos aos cofres do município – “dinheiro público jogado no lixo” –.

O novo asfalto aplicado em cima da antiga base, tem estourado facilmente e, nesses 14 meses, chega a quinta intervenção. Três delas apenas este ano. Em fevereiro, a via de 1.500 metros de extensão, recebeu mais de 100 remendos. Em maio, as ações foram retomadas em várias partes do logradouro. O cenário voltou a se repetir nesse mês de julho em mais de 30 pontos da via que passa por processo de reconstrução, o que tem servido de chacota por parte de moradores.

A "modernização" da LEM, com custos de quase R$ 3 milhões aos cofres do município, na opinião de moradores, foi mal projetada. Foi feito o estreitamento das pistas de rolamento para o surgimento das pistas de cooper e ciclovia. Só que a pista de ciclismo não oferece segurança aos apaixonados pelas bikes. Condutores reclamam que avenida, ao longo da sua extensão de 1,5 km, não oferece condições de ultrapassagem e nem áreas de estacionamento, o que consideram um erro técnico. Outro problema sério da avenida é a falta de rede de esgotamento pluvial e sanitário. A avenida Otacílio Gonçalves de Araújo, saída para o município de Riachão do Jacuípe, é outro ponto muito criticada pelo estado precário de conservação.

Prefeito ameaça processar empresa

Em 2021, a Topo Engenharia venceu a licitação para executar os serviços de requalificação da avenida LEM e, segundo o prefeito Marcelo Araújo, a empresa não tinha qualificação técnica adequada para a realização da obra e o gestor não teria como escolher outra empresa já que a lei não permite que o município embargue ou execute os trabalhos no lugar da ganhadora. “Hoje, nós sabemos disso e estamos entrando com um processo contra a empresa para que retirem todo o material, refaçam uma nova sub base e executem o serviço como deve ser feito. Enquanto isso, nós não temos outra alternativa a não ser a prefeitura fazer as intervenções necessárias para manter a via em condições de trafegabilidade”.

Ainda em relação à situação da Avenida LEM, alvo de constantes reclamações da população devido os “remendos” feitos pela prefeitura – três vezes esse ano em um período de cinco meses, explica o gestor que a prefeitura ainda falta pagar em torno de R$ 400 mil à Topo. O último repasse feito a empresa, no valor de R$ 163.393,15, aconteceu no dia 16 de maio. O prefeito garante que não será pago mais nada porque está ajuizando uma ação contra a empresa. “Enquanto a Topo não proceder a recuperação da obra de forma adequada ou devolver os recursos ao município, a prefeitura continuará executando essas abras. Não vamos deixar a avenida acabar” assegurou.

A reportagem fez contato com Rodrigo Vello, da Topo, sobre as declarações do prefeito, ele respondeu que não gostaria de tecer comentários sem se aprofundar melhor sobre o assunto. Sobre a saída de Coité para Riachão do Jacuípe, que está bastante danificada, o prefeito disse que se trata de uma rodovia estadual e é de responsabilidade do governo do Estado. “Infelizmente, o governo do Estado não assume sua responsabilidade de resolver o problema, o que vai nos obrigar a intervir para que possamos garantir trafegabilidade nesse trecho da cidade”, finaliza Marcelo Araújo.