Comportamento

Brasileiro gosta de curtir uma tragédia?

Nas redes sociais pessoas disputam para trazer em primeira mão notícias trágicas, fúnebres...

Foto: Gerd Altmann por Pixabay
Tanatus

A verdade é que na nossa cultura existe um acentuado gozo nas tragédias.

Muitas dessas tragédias poderiam ser evitadas com o estímulo à mentalidade prevencionista.

Por que não implantam nos currículos escolares, nas empresas públicas e privadas, nos centros comunitários cursos de prevenção de acidentes no lar, no trabalho, nas escolas, no lazer?...

Por que preferem exaustiva e sadicamente repetir detalhes de ocorrências devastadoras ao invés de reunirem forças, para que sejam evitadas as próximas tragédias?       

Embarcações sem coletes salva vidas, turistas que desconhecem os perigos dos mares, dos rios, das cachoeiras das montanhas, das matas...                                                                                

Noticiários de TV que exploram tragédias e que muitas vezes promovem verdadeiros "telecursos" para o aprimoramento das técnicas dos ladrões e assassinos, um estímulo às mentes perversas.        

Nas redes sociais muitas vezes "extravasando" o sadomasoquismo, pessoas disputam para trazer em primeira mão notícias trágicas, fúnebres...

Teorizando um pouco, certa vez Einstein escreveu uma carta a Freud perguntando: "Por que a Guerra?"(1931).                                                             

Freud não teve a resposta exata, mas afirmou que para tanto, todos os seres humanos deveriam se tornar pacifistas, mas por quais caminhos?!...

Freud faz uma explanação avaliando Eros e Tanatos, aversão entre amor e ódio, fascinação e repulsão, preservação e aniquilamento, vida e morte.

No seu escrito “Além do princípio do prazer” –  1920, ele traz esses conceitos mais detalhados.

Tornarmos a prevenção de acidentes e tragédias na sua maioria seria possível.

Resta saber o que o ser humano deseja...

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Sonia Martins Seixas é assistente social, psicanalista, membro pleno da AAPCSW,EUA